De forma unânime, a Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro decidiu, nesta quarta-feira (30), pela cassação do mandato de Doutor Jairinho do cargo de vereador do município.
Com uma ausência, os outros 49 vereadores votaram a favor da perda do mandato do político, preso e réu no caso da morte do enteado Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março.
Jairinho foi o primeiro vereador a ser cassado na história da capital fluminense.
Para que o político perdesse o cargo, ao menos 34 vereadores deveriam votar a favor da proposta.
Na última segunda-feira (28), o Conselho de Ética já havia aprovado, por 7 votos a 0, o relatório pedindo a cassação do parlamentar.
No relatório do processo, o vereador Luiz Ramos Filho (PMN) afirmou que os indícios de agressões contra Jairinho foram decisivos para o prosseguimento da ação e que ele teria usado da função de vereador para evitar que o corpo de Henry passasse pelo Instituto Médico Legal.
O salário do parlamentar já estava suspenso desde sua prisão, em 8 de abril.
Suplente
Jairinho será substituído pelo suplente Marcelo Diniz, ex-presidente da Associação de Moradores da Muzema, na Zona Oeste do Rio.
Marcelo foi intimado a prestar depoimento, em abril de 2019, quando dois prédios caíram na região. Havia suspeita de que a entidade estivesse sendo usada como uma imobiliária clandestina. Marcelo recebeu 6.315 votos nas últimas eleições. Ele se apresentou ao Tribunal Regional Eleitoral como empresário, e aos eleitores, como representante das comunidades do Itanhangá e de Jacarepaguá.
Caso Henry
Preso, Jairinho foi denunciado e é reu por homicídio triplamente qualificado e tortura, além de coação de testemunhas, pela morte de Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março, em seu apartamento na Barra da Tijuca, no Rio. Já a mãe de Henry, Monique Medeiros, foi denunciada por homicídio, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.
O agora ex-vereador também é acusado de agressão e tortura em outros dois casos: a tortura da filha de uma ex-namorada, entre 2010 e 2013, além do caso de agressões contra o filho de ex-namorada Débora de Mello Saraiva, que teriam sido cometidas entre 2015 e 2016.
Jairinho nasceu e cresceu em meio à violência; assista