Mais seis mulheres procuraram a Delegacia de Atendimento a Mulher (Deam) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, entre a tarde de segunda-feira (18) e a manhã desta terça-feira (19) para denunciar procedimentos sem sucesso com o cirurgião plástico Bolívar Guerrero Silva. Uma enfermeira que trabalha na equipe dele é esperada para prestar depoimento à tarde.
O médico foi preso na segunda-feira (18) acusado de lesão corporal grave e cárcere privado contra uma mulher de 35 anos, que sofreu mais de 8 procedimentos, desde junho, para reparar uma abdominoplastia. Ela estava sendo impedida de deixar o Hospital Santa Branca, em Duque de Caxias. Segundo a polícia, essa seria uma forma de impedir que a mulher o denunciasse.
Uma das vítimas é uma vendedora de 24 anos, que prefere não se identificar. Em abril do ano passado, ela colocou uma prótese de silicone nos seios. Ela conta que quem o procedimento foi feito pelo médico, junto com a assistente dele, Kelen Santos. O que era para ser um sonho, acabou se tornando um pesadelo.
"Primeiro paguei R$ 8.100 para colocar o silicone, mas não deu certo. Cicatrizou errado e eu sentia muitas dores. Em agosto precisei fazer um reparo e voltei, paguei mais R$ 3.100. Era um sonho meu. Agora eu tenho vergonha de usar roupas com decote, de mostrar o meu corpo", disse.
A assistente de Bolívar, que fazia os procedimentos junto com ele, também está sendo investigada pela Deam. Os policiais estão apurando se Kellen realmente é médica.
O médico foi transferido para o presídio, por volta das 10h30. Um grupo de mulheres foi até a delegacia para demonstrar apoio ao cirurgião.