Líderes judaicos condenam fala de Lula que critica ação de Israel em Gaza

Presidente da República comparou ação do país na região palestina à de Hitler contra judeus

Por Moises Rabinovici

Lula comparou ação de Israel na Palestina com holocausto judeu
Divulgação e Reuters

Israel e líderes judaicos no Brasil condenaram a associação do presidente Lula entre a guerra em Gaza e o holocausto nazista, feita neste domingo (18) num discurso na Etiópia.

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza não é uma guerra, é um genocídio. Não é uma guerra de soldados contra soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças", disse Lula, “falsamente”, como acrescentou o jornal Times of Israel.

No genocídio nazista, 6 milhões de judeus, caçados na Europa e enviados para campos de concentração, foram assassinados. Em Gaza, o exército israelense está combatendo o grupo terrorista Hamas, que matou 1.200 mulheres (muitas delas estupradas antes), crianças, civis e soldados, e capturou 253 reféns, em 7 de outubro do ano passado.  Não há extermínio de palestinos, como povo, mas dos terroristas do Hamas, formado para destruir Israel.

Diz o Times of Israel: “Israel está combatendo um grupo terrorista fortemente armado, em resposta ao ataque mais mortífero da sua história contra a sua população. As vítimas civis são o resultado de combatentes que atuam sob o escudo de inocentes... Os números não verificados do Hamas apontam para cerca de 28.000 habitantes de Gaza mortos na guerra —um pouco mais de 1% da população total estimada da Faixa de Gaza. Israel afirma que pelo menos 10.000 dessas pessoas eram terroristas. Israel afirmou que a guerra terminaria se o Hamas libertasse os reféns e se rendesse”.

Indignado, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou: "As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e alarmantes. Isso é uma banalização do Holocausto e uma tentativa de prejudicar o povo judeu e o direito de Israel de se defender." 

O chanceler Israel Katz qualificou o discurso de Lula de “grave e vergonhoso”. O presidente Yad Vashem, o museu do holocausto em Jerusalém, Dani Dayan, disse que os comentários de Lula representam um flagrante antissemitismo e “uma combinação escandalosa de ódio e ignorância”.

O chefe da oposição israelense, Yair Lapid, declarou que Lula “demonstra ignorância e antissemitismo”, e que Israel estava “de coração partido e chocado com o massacre de seus cidadãos.

Os jornais israelenses publicaram comentários de líderes da comunidade judaica no Brasil. Da Conib: “Uma distorção perversa da realidade. O governo brasileiro vem adotando uma postura extremada e desequilibrada em relação ao trágico conflito, abandonando a tradição da política externa do país de equilíbrio e busca do diálogo”. 

O presidente executivo da Federação Israelita de SP, Ricardo Berkiensztat, declarou: "A cada comentário, a cada declaração do Presidente Lula, cresce o número de manifestações antissemitas nas redes sociais e de ameaças à comunidade judaica local". E acrescentou: “A situação pode se agravar”. 

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