Cid deve confessar participação na venda de joias, e Bolsonaro reage

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid é suspeito de participar do esquema de venda ilegal de joias dadas pelo governo Saudita a Bolsonaro

Caiã Messina e Túlio Amâncio

Mauro Cid deve confessar participação na venda ilegal de joias
Alan Santos/Presidência

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve confessar a participação dele na venda de joias dadas como presente pelo governo da Arábia Saudita. Entre as peças, um relógio da marca de luxo Rolex.

A apuração é do repórter Caiã Messina, da Band Brasília, com o próprio advogado do tenente-coronel, Cezar Bittencourt. Para a defesa, a ideia é não apresentar recibos e movimentações de passagens agora. Isso ocorreria num segundo momento, a depender do interesse das autoridades em fechar uma delação.

Fontes informaram à Band Brasília que duas coisas pesaram na decisão de Cid: pressão familiar, sobretudo da esposa, e sentimento de culpa pela possível prisão do pai, o general Mauro Lourena Cid.

Em outra frente, o repórter Túlio Amâncio ouviu de Bolsonaro que, devido Cid estar preso há muito tempo, ele é capaz de falar qualquer coisa para sair da cadeia. O ex-presidente ainda falou que não recebeu nenhum valor em espécie do ex-assessor e que não solicitou a venda dos bens.

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Preso desde maio

Cid está preso desde maio, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após Polícia Federal (PF) mostrar que o ex-assessor fraudou o cartão de vacina de Bolsonaro e pessoas ligadas a ele.

No decorrer das investigações, as autoridades descobriram que Cid, supostamente, está envolvido num esquema de joias recebidas pela presidência em viagens internacionais oficiais. Por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), desde 2016, presentes não considerados personalíssimos são propriedade do Estado e não do presidente que está no poder.

Movimentações milionárias

Entre as peças vendidas, de acordo com a PF, está um relógio Rolex dado em viagem oficial à Arábia Saudita, em 2019, vendido nos Estados Unidos, em 2022.

Além do caso das joias, a investigação também indica que Cid teria movimentado R$ 8,3 milhões entre janeiro de 2020 e maio de 2023 nas contas bancárias dele.

A PF ainda destaca que o tenente-coronel do Exército também teria movimentado outros R$ 2,5 milhões como procurador de Bolsonaro entre janeiro de 2020 e dezembro de 2022. Para o novo advogado de Cid, o militar apenas cumpriu ordens.

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