Bolsonaro promete processar hacker que o acusou na CPMI do 8 de Janeiro

Em resposta às declarações de Delgatti Neto, Bolsonaro admitiu o encontro dos dois, mas negou que mandou fraudar urna eletrônica

Da redação

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu processar o hacker Walter Delgatti Neto após ser alvo de acusações na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro.

Nesta quinta-feira (17), o depoente disse que, a pedido do ex-mandatário, foi contratado para criar um código-fonte fake da urna eletrônica e assumir a autoria de um suposto grampeamento ilegal do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O depoimento de Delgatti Neto impressionou a maioria governista devido à riqueza de detalhes. Já a oposição cobrou provas do hacker, mas ele se esquivou. O depoente desta quinta-feira (17), na CPMI, está preso desde o início do mês, após invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Em resposta às declarações de Delgatti Neto, Bolsonaro admitiu o encontro dos dois, mas negou que mandou o hacker ir ao Ministério da Defesa para conversar com técnicos. O ex-presidente ainda afirmou que não pediu para o depoente da CPMI fraudar a urna eletrônica nem para assumir a autoria do grampo a Moraes. 

Bolsonaro chamou as afirmações do hacker de fantasiosas e disse que vai processá-lo por calúnia e difamação. A Polícia Federal marcou um novo interrogatório de Delgatti Neto para a próxima sexta-feira (18).

Outros posicionamentos

Em nota, a deputada Carla Zambelli refutou as acusações após ter sido apontada como a contratante de Delgatti Neto. Fábio Wajngarten, ex secretário de Comunicação do Planalto e advogado de Bolsonaro, usou as redes sociais para rebater o hacker.

Um presidente que sempre jogou dentro das 4 linhas da Constituição pediria para fraudar as eleições? Mente, mente e mente (Fábio Wajngarten)

Também citado como um dos integrantes de uma reunião com o hacker, o marqueteiro Duda Lima negou tê-lo recebido, assim como o presidente do partido, Valdemar da Costa Neto.

Sobre a declaração do hacker, de que esteve mais de cinco vezes no Ministério da Defesa para ajudar na checagem do sistema eleitoral, o titular da pasta, o ministro José Múcio Monteiro acionou a Polícia Federal para apurar se Delgatti Neto esteve no local e com quem se reuniu.

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