Vigília inicia homenagens que marcam os 30 anos da chacina da Candelária no Rio

Entrevistada pela reportagem do Jornal da Band, educadora contou que, um dia antes do crime, deu fichas de orelhão para adolescentes denunciarem violências

Da redação

Homenagens marcam os 30 anos da chacina da Candelária
Fernando Frazão/Agência Brasil

Homenagens, nesta sexta-feira (21), marcaram os 30 anos da chacina da Candelária, no Rio de Janeiro. A tragédia virou um triste símbolo da violência no Brasil. Hoje, o monumento erguido em tributo às vítimas, em frente à igreja, passou por uma reforma.

O crime aconteceu em 23 de julho de 1993. Naquele dia, atiradores chegaram em dois carros com placas encobertas e abriram fogo contra cerca de 70 moradores de rua. Eles dormiam perto da Igreja da Candelária.

“Logo depois, eu comecei a escutar os estouros e só deu tempo de correr. Conseguiram acertar um tiro de raspão no meu braço esquerdo. Hoje, eu seria mais um desenho naquele solo ali”, disse Rodrigo Fernandes, um sobrevivente do ataque.

Dias antes da chacina, a educadora Yvone Bezerra deu fichas de orelhão para adolescentes poderem denunciar uma possível situação de violência.

“Naquela noite, todos eles ligaram dizendo: ‘Estão nos matando, a polícia está nos matando’”, disse a educadora em entrevista ao Jornal da Band.

Quatro policiais militares foram condenados a penas superiores a 200 anos em regime fechado. Um deles morreu. Dois cumpriram pena por alguns anos e foram soltos graças a indultos judiciais. Outro é considerado foragido até hoje.

Diversas homenagens acontecem até a próxima segunda feira (24), em memória aos 30 anos do crime, a começar por uma vigília, hoje à noite, em frente à Igreja da Candelária.

“Lembrar, fazer uma memória é uma forma de resistência e luta contra toda essa violência”, disse Marcia Gatto, do Movimento Candelária Nunca Mais.

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