O comando da CPI da Pandemia concluiu que as sete linhas de investigação traçadas têm algo em comum: o rastreamento do caminho do dinheiro. Documentos em poder dos senadores apontam relação estreita entre o ex-diretor de logística da Saúde, Roberto Dias, e uma empresa suspeita de pagar propina mensal de até R$ 300 mil a servidores e políticos da base governista.
Dias e a diretora da VTCLog, Andreia Lima, se falaram pelo menos 135 vezes entre abril do ano passado e junho deste ano - em média, uma vez a cada 3 dias.
A companhia tem um contrato de mais de R$ 250 milhões para transportar insumos para o ministério.
Nesta terça-feira (20), a Polícia Federal mandou um ofício ao Supremo Tribunal Federal para saber se pode incluir Jair Bolsonaro e o deputado Luis Miranda (DEM-DF) no mesmo inquérito alegando que eles estariam interligados. O parlamentar afirma que avisou ao presidente de um suposto esquema de corrupção no contrato de aquisição da vacina indiana Covaxin. Senadores sustentam que ele teria ignorado a denúncia – o crime de prevaricação.
O ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres, defendeu ao STF a tese de denunciação caluniosa por parte de Miranda, já que Bolsonaro afirmou ter mandado investigar o caso. A ação apura o contrato intermediado pela Precisa Medicamentos junto ao ministério, que está suspenso.
“Querem o tempo todo me rotular de corrupto. Não gastamos um centavo, não tem corrupção”, reafirmou Bolsonaro a seus apoiadores.
A oposição diz que Eduardo Pazuello fez de tudo para tentar pagar logo pela aquisição das vacinas indianas.
“Certamente, esse processo só não andou um pouco mais pela saída do próprio ministro, na condição de titular da área da Saúde”, analisou o senador Humberto Costa (PT-PE).
O irmão do deputado Luis Miranda e servidor da Saúde Luis Ricardo Miranda, declarou à PF que não se lembra se mostrou ao presidente faturas de compra da Covaxin com indícios de irregularidades – contrariando o depoimento que deu à CPI.