Santos Dumont retornou ao Brasil apenas em 1910, para descansar e desbravar as belezas do país. Ele faz projetos e chega até a descansar na cidade que foi batizada em homenagem ao inventor. Mas os horrores da 1ª Guerra Mundial e a utilização do avião como arma trazem a depressão para o criador.
Na mesma época, surgiram sinais de outros problemas de saúde. Santos Dumont dizia sofrer dos nervos, mas a suspeita é que ele tivesse recebido o diagnóstico de esclerose múltipla. Historiadores dizem que ele começou a perder movimentos nos braços e pernas, tentou fazer diversos tratamentos, mas não conseguiu se recuperar.
A certeza é que ele sofria de depressão. Santos Dumont dava sinais de envelhecimento precoce. E ele sofreu com a doença em um momento em que volta se sentindo derrotado, sem a possibilidade de participar da evolução da aviação, que tinha dado a vida dele para isso.
E fragilizado, uma homenagem se transforma em tragédia e deprime ainda mais Santos Dumont. Em 1928, o avião que foi recebê-lo faz uma demonstração equivocada, que cai e mata todos. Em meio à Revolução Constitucionalista de 1932, Santos Dumont se hospeda no Guarujá, onde ouve os aviões indo para as batalhas.
Ouvir os aviões trouxe maior angústia para Santos Dumont, que pensava que a invenção serviria para conectar as pessoas, não como aparato de guerra. No dia 23 de julho de 1932, Santos Dumont se suicida se enforcando com a gravata no hotel que ficava em frente a praia das Pitangueiras, no Guarujá. Ele tinha 59 anos.
As autoridades tentam esconder a causa da morte dizendo que ele morreu do coração. Mas as camareiras que encontraram o corpo confirmam o suicídio. Só quando a revolução de 1932 acabou Santos Dumont pode ser ser enterrado no Rio. Seis meses depois de morto, e sem o coração, retirado pelo médico que fez o embalsamento e devolvido para a família 12 anos depois. Atualmente, o órgão está exposto no Museu Aeroespacial do Rio.