Santos Dumont 150 anos: depressão e angústia marcaram fim da vida do inventor

Inventor morreu aos 59 anos, no hotel em que se hospedava no Guarujá, litoral de São Paulo

Por Sérgio Gabriel

Santos Dumont retornou ao Brasil apenas em 1910, para descansar e desbravar as belezas do país. Ele faz projetos e chega até a descansar na cidade que foi batizada em homenagem ao inventor. Mas os horrores da 1ª Guerra Mundial e a utilização do avião como arma trazem a depressão para o criador. 

Na mesma época, surgiram sinais de outros problemas de saúde. Santos Dumont dizia sofrer dos nervos, mas a suspeita é que ele tivesse recebido o diagnóstico de esclerose múltipla. Historiadores dizem que ele começou a perder movimentos nos braços e pernas, tentou fazer diversos tratamentos, mas não conseguiu se recuperar. 

A certeza é que ele sofria de depressão. Santos Dumont dava sinais de envelhecimento precoce. E ele sofreu com a doença em um momento em que volta se sentindo derrotado, sem a possibilidade de participar da evolução da aviação, que tinha dado a vida dele para isso. 

E fragilizado, uma homenagem se transforma em tragédia e deprime ainda mais Santos Dumont. Em 1928, o avião que foi recebê-lo faz uma demonstração equivocada, que cai e mata todos. Em meio à Revolução Constitucionalista de 1932, Santos Dumont se hospeda no Guarujá, onde ouve os aviões indo para as batalhas. 

Ouvir os aviões trouxe maior angústia para Santos Dumont, que pensava que a invenção serviria para conectar as pessoas, não como aparato de guerra. No dia 23 de julho de 1932, Santos Dumont se suicida  se enforcando com a gravata no hotel que ficava em frente a praia das Pitangueiras, no Guarujá. Ele tinha 59 anos. 

As autoridades tentam esconder a causa da morte dizendo que ele morreu do coração. Mas as camareiras que encontraram o corpo confirmam o suicídio. Só quando a revolução de 1932 acabou Santos Dumont pode ser ser enterrado no Rio. Seis meses depois de morto, e sem o coração, retirado pelo médico que fez o embalsamento e devolvido para a família 12 anos depois. Atualmente, o órgão está exposto no Museu Aeroespacial do Rio. 

Confira o primeiro episódio de Santos Dumont 150 anos:

Veja o segundo episódio:

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