Alberto Santos Dumont, pai da aviação e considerado o maior inventor brasileiro, completa 150 anos de seu nascimento nesta semana. Por isso, o Jornal da Band preparou uma série especial sobre a história do aeronauta, que nasceu em um sítio de Cabangu, região de Palmyra, interior de Minas Gerais e mudou a história da aviação mundial.
O pai de Santos Dumont, Henrique, era um engenheiro francês e morava à época no local para construir uma estrada de ferro que liga Minas Gerais ao Rio de Janeiro e que está até hoje em funcionamento.
Henrique Dumont e a mãe do inventor, Francisca de Paula Santos, era brasileira e descendia de portugueses que emigraram para o Brasil em 1808. Apesar do nome europeu, Santos Dumont fazia questão de mostrar que era brasileiro.
“Ele se revoltava, porque achavam que era francês. Então ele inventou algo genial, como dava autógrafos e dedicatórias, ele começou a assinar ‘Santos = Dumont’, aí todos se perguntavam o que significava e ele dizia que era brasileiro”, conta Ruy Sodré, presidente do Instituto Cultural Santos Dumont.
E foi em Minas Gerais que Alberto Santos Dumont passou os primeiros anos de vida e para lá que foi quando voltou ao Brasil. A cidade chegou a mudar de nome após a morte do inventor, como forma de homenageá-lo. De Palmyra, para Santos Dumont. O amor pelo cidadão ilustre é tão grande, que ele faz parte da paisagem, sentando no banco da praça, com um busto na frente de uma réplica da Torre Eiffel no centro da cidade.
Sheyla Naves, dona de uma loja de souvenirs da cidade, pensa que ele seria um influenciador nos dias de hoje. “Ele arrastava multidões, era icônico, tem até camiseta com recado claro para os irmãos Wright, que os americanos consideram os inventores do avião: catapulta não é avião!", brinca.
No sítio em que Dumont nasceu, há um museu com relíquias históricas de Santos Dumont. São quadros e cartas escritas por ele na volta ao Brasil, além de maquetes que ajudam a entender o caminho até a invenção do 14 Bis.
Santos Dumont foi para a França com 19 anos
Quando o pai de Santos Dumont ficou doente, ele emancipou o filho e cedeu parte da riqueza que conquistou para sustentar a vida de inventor. “Ele faz uma carta e diz para Dumont ir para Paris, ‘a cidade mais perigosa para um homem’, para ele estudar eletricidade mecânica e tal”, conta o escritor Henrique Lins de Barros.
E foi em Paris que os franceses se encantaram por Santos Dumont. O inventor inundou os ares com as invenções voadoras, deu dirigibilidade aos balões, fez o aparelho mais pesado que o ar voar.
A vida do mais famoso brasileiro da capital francesa você vê no próximo episódio, com a reportagem de Sonia Blota.