Ordem de matar meninos sumidos de Belford Roxo saiu de dentro da prisão

Wille Castro da Silva, o “Stala”, foi executado por integrantes do próprio Comando Vermelho após caso repercutir

Clara Nery, do Jornal da Band

Prestes a concluir o inquérito sobre o desaparecimento dos três meninos em Belford Roxo, a Polícia Civil afirma que o chefe do tráfico no Morro do Castelar, apontado como responsável pelo sumiço das crianças, está morto. Para os investigadores, os três meninos, que não são vistos desde dezembro, foram assassinados.

Segundo o secretário da Polícia Civil do Rio Allan Turnowski, o traficante Wille Castro da Silva, conhecido como “Stala”, de 35 anos, foi executado por integrantes de sua própria facção em uma espécie de "tribunal do crime". A ordem teria sido dada pelo Wilton Carlos Rabello Quintanilha, conhecido como Abelha, apontado como "presidente do Comando Vermelho" nos presídios.

Segundo a Polícia Civil, “Stala”, que era gerente do tráfico da comunidade do Castelar, teria pedido ao “Abelha” autorização para matar as crianças por conta do furto de uma gaiola de pássaro da espécie curió, avaliados em cerca de R$ 1 mil.

Porém, ao sair do presídio em julho deste ano, “Abelha” teria mandado matar Wille por conta da repercussão do caso. 

“Abelha” deixou a cadeia mesmo com mandado de prisão ativo, beneficiado por um esquema de corrupção na Secretaria de Administração Penitenciária do RJ, liderado pelo ex-secretário Raphael Montenegro, acusado de negociar acordos com chefes do Comando Vermelho — a maior facção criminosa de tráfico de drogas do Estado – que cumprem pena no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. Ele chegou a ser preso em 17 de agosto, mas responde pelo caso em liberdade.

“Stala” também foi um dos responsáveis pela tortura de um morador, em janeiro, falsamente acusado de participar do sumiço das crianças, para atrapalhar as investigações.

Relembre o caso

Lucas Matheus, de 9 anos, Alexandre Silva, de 11, e Fernando Henrique, de 12, desapareceram no dia 27 de dezembro do ano passado, depois que saíram para brincar na região do Morro do Castelar. Câmeras de segurança flagraram o último momento em que os três aparecem juntos, andando pela comunidade. 

Uma denúncia, em julho desse ano, indicou um possível envolvido no crime – um homem que teria jogado os corpos das crianças em um rio da região, próximo ao Arco Metropolitano, e conhecido por ser um local de desova. No entanto, buscas foram feitas na localidade, mas nada que conectasse aos meninos foi encontrado. O homem e o denunciante foram ouvidos, e várias pistas passaram a ser analisadas pela polícia.

A linha de investigação da polícia aponta para o chefe do tráfico da região, o traficante Stala, como responsável pelo desaparecimento de Lucas, Alexandre e Fernando.

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