O Centro do Rio voltou a ser palco de assaltos mesmo com o programa Segurança Presente atuando em diversos pontos da região. Quem passa pelo bairro sofre com ações de criminosos. Segundo o Instituto de Segurança Pública, ISP, houve aumento de 40% nesse tipo de crime quando comparamos o mês de julho deste ano ao mesmo mês de 2020.
O professor e morador de São Gonçalo, na Região Metropolitana do estado, que prefere não se identificar, resolveu sair de casa, após mais de um ano, para um passeio com o amigo no Museu do Amanhã. Na volta, eles foram cercados por dois homens armados e obrigados a entregar todos os pertences.
“Eles sacaram a arma, colocaram na minha cara e gritaram ‘perdeu, perdeu’, levaram a minha bolsa, todos os documentos, cartão de crédito, relógio que estava no meu bolso, e ainda mandaram a gente sair rápido e não olhar para trás, como se isso fosse a coisa mais comum do mundo”, relata a vítima.
Para conseguir retornar a cidade da Região Metropolitana, o gonçalense precisou recorrer a uma amiga para ficar no hotel em que ela estava hospedada e ir para casa apenas no dia seguinte.
O criador da página Rio de Nojeira, que também prefere não se identificar, denuncia através do Instagram casos como o do professor desde 2016.
“Existe uma cultura do desleixo nas instituições do Rio, a desordem existe, mas a gente precisa denunciar para alguma coisa ser feita. É uma zona total e ninguém faz nada”, conta o criador do Rio de Nojeira.
A ideia para as filmagens surgiu através de uma conversa com um PM sobre a dificuldade em prender os assaltantes, que logo eram soltos. Como trabalha no Centro do Rio há 33 anos e conhece bem a região, começou a ficar atento a eventos, como o que aconteceu com o gonçalense. O projeto ganhou visibilidade, atualmente a página tem mais de 12 mil seguidores, que também enviam ideias e denúncias.
Com a criação do programa Centro Presente, em 2016, o número de roubos e furtos diminuiu, mas com o tempo o cenário não se manteve e agora é possível perceber a olho nu o crescimento da violência na região.
“Eu filmei um assalto do homem caído na Gonçalves Dias e um outro assalto na Nilo Peçanha e agora colocaram o Segurança Presente ali, então os ladrões sumiram. Mas o problema é que não estão coibindo. A gente aqui no Rio precisa cobrar um serviço que deveria ser feito naturalmente pelo Estado, e não é um serviço qualquer, é um serviço caro para a folha de contas”, relata o empresário.