A Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (17), a urgência para votar a nova regra fiscal, que agora vai direto ao plenário sem passar por comissões, na semana que vem. O placar foi expressivo.
Foi como o governo queria: a urgência para o projeto passou com folga, 367 deputados a favor e 102 contrários. Foi o primeiro passo para a votação do novo marco fiscal na semana que vem, e termômetro para medir o clima na câmara. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, espera um resultado parecido quando o texto for à plenário, na próxima terça feira (23).
“O relator fez um trabalho para buscar aquele centro expandido para obter um resultado positivo. Não apenas os 257 votos, mas um espaço maior de 300, 350 votos para sinalizar o país que este centro está sendo reforçado e nós e estamos despolarizando o país para o bem do país”, disse Haddad.
O Planalto vai usar o novo regime fiscal para testar a fidelidade da base. Está de olho principalmente nos partidos que tem ministérios, como MDB, União Brasil e PSD. Lula avisou aos articuladores políticos: bancadas que não entregarem pelo menos 80% dos votos a favor serão cobradas.
E equipe econômica afirma que o projeto abre caminho para a queda nos juros e crescimento do PIB porque diminui o endividamento do país e transmite credibilidade ao mercado.
O ministro da Fazenda pediu coerência ao Banco Central e afirmou que manter a Selic alta vai custar R$ 740 bilhões ao país neste ano, com pagamento de juros.
“Grandes empresários também estão fazendo este debate, precisa manter em 13,75%? Com as medidas tomadas até aqui, vejo espaço para gesto de mais confiança na economia brasileira sem que houvesse maior percalço sobre a inflação”, disse Fernando Haddad.
Mais cedo, o presidente do Banco Central, Campos Neto, disse que a queda da inflação deve ser mais lenta a partir de agora e que a nova regra fiscal ajuda, mas não resolve o problema.
“Avaliamos que as novas regras evitam os cenários mais extremos da trajetória de dívida pública. No entanto, não há uma relação mecânica entre a política monetária e apresentação fiscal, pois a convergência da inflação permanece condicionada a outras variáveis macroeconômicas”, explicou.
Haddad é mais otimista e acredita que a nova política da Petrobras, que já reduziu os preços do diesel, da gasolina e do gás de cozinha, vai ajudar a acelerar a queda da inflação.