Ser síndico é quase sempre sinônimo de problema, de dor de cabeça. Isso está mudando.
Síndica há três anos, a Luciane deixou o emprego para se dedicar em tempo integral aos cuidados com o condomínio.
“O que me dá mais trabalho aqui é tudo que começa com c: criança, cachorro e carro. Ai a gente tem que ter jogo de cintura ir conversando e tudo vai se adequando”, explica Luciane Seballos Bueno.
A função fez Luciane buscar capacitação. É que além de atender às demandas dos moradores, ela passou a lidar com outras questões como manutenção predial, comunicação interna, legislação, gestão financeira e de pessoas.
“Hoje em dia, o síndico tem que se atualizar com a tecnologia, com tudo que for mudando no mercado”, explica.
Os dois dois prédios têm cerca de mil moradores. Por aqui e na maioria dos condomínios, o síndico tem múltiplas tarefas, o que ajuda a explicar a mudança do perfil da categoria.
“A sociedade mudou e aquele síndico orgânico, que era o vizinho, que chegava em casa e usava um pouquinho do seu tempo para realizar essas atividades começou a ser mais demandado. Essa questão da vizinhança, o tempo das pessoas que passou a ser um bem muito precioso e as pessoas que não conseguem mais dispender exatamente disso, essa complexidade, tudo isso fez com que a gente mudasse um pouco essa dinâmica”, explica a representantes da Secovi-SP, Moira Toledo.
E o conhecimento técnico e a dedicação em tempo integral são recompensados. Em alguns casos, o síndico tem isenção da taxa de condomínio. Em outros, recebem salário.