Material 'aparentemente humano' é achado em rio nas buscas por desaparecidos

Dom Phillips e Bruno Araújo estão desaparecidos desde domingo na Amazônia; ONU cobra ações do governo brasileiro

Por Caiã Messina

As equipes de buscas do jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira encontraram o que definiram como "material orgânico, aparentemente humano" no rio Itaquaí, próximo ao porto de Atalaia do Norte, para onde iam os dois homens. A região foi a última em que eles foram vistos antes de desaparecerem.  

A Polícia Federal coletou amostras de DNA dos dois em Salvador e no Recife, para cruzar com o material encontrado em um barco no Amazonas onde estava Amarildo da Costa, preso considerado suspeito pelo desaparecimento dos dois.

As Forças Armadas já tinham ampliado o raio da operação de buscas. Além das margens de rios, igarapés e comunidades ribeirinhas, eles são procurados também na mata fechada. Há indícios de acampamentos recentes, cinzas de fogueiras e picadas recém abertas na vegetação são os alvos. 

O comando da PF também prometeu os recursos que forem necessários para tentar dar mais rapidez à identificação por DNA do sangue coletado na lancha do principal suspeito do desaparecimento. A intenção é divulgar os resultados em uma semana.

Amarildo da Costa teve a prisão temporária de 30 dias decretada pela Justiça. Testemunhas afirmaram que viram o pescador em uma embarcação, acompanhado de outros dois homens perto do local onde Dom Phillips e Bruno sumiram. Segundo outros relatos, o suspeito teria dito que "tinha contas a acertar" com o indigenista. 

 A companheira de Amarildo prestou depoimento à Polícia Civil do Amazonas. Ela faz parte de um grupo de oito pessoas consideradas chave pelos investigadores. Elas podem entrar no programa federal de proteção a testemunhas.

Nesta sexta-feira, o ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o governo empregue "todos os recursos possíveis na busca" e passe em cinco dias um relatório com as providências adotadas.

A ONU cobrou que o governo brasileiro redobre os esforços nas buscas. Na Cúpula das Américas, nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro respondeu: 

“Desde o primeiro momento, naquele mesmo domingo, nossas Forças Armadas e a Polícia Federal têm se destacado na busca incansável."

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