O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), citou “terra sem lei” ao cobrar maior efetividade estatal na Amazônia, em petição assinada nesta sexta-feira (10). O documento também deu cinco dias para o governo federal entregar um relatório sobre o desaparecimento do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira.
“Sem uma atuação efetiva e determinada do Estado brasileiro, a Amazônia vai cair, progressivamente, em situação de anomia, de terra sem lei. É preciso reordenar as prioridades do país nessa matéria”, pontuou o ministro.
Em outro ponto, Barroso determina o uso de “todos os meios e forças cabíveis” nas buscas por Dom e Bruno. A petição também ordena a apuração e punição aos responsáveis pelo desaparecimento. As respostas da União serão tratadas em sigilo, segundo o ministro no documento.
Os titulares da Polícia Federal (PF), Márcio Nunes de Oliveira, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Marcelo Xavier, e do Ministério da Justiça, Anderson Torres. Os descumprimentos das ordens cautelares acarretarão multa diária de R$ 100 mil.
6º dia de buscas
As buscas por Dom Phillips e Bruno Araújo entram, hoje, no sexto dia. O governo federal mobilizou a Marinha, Exército e Força Nacional, enquanto o Amazonas mobilizou as forças de segurança locais.
O servidor de carreira da Fundação Nacional do Índio (Funai), Bruno Araújo Pereira, e o colaborador do Jornal The Guardian, Dom Phillips, desapareceram no Vale do Javari no dia 05 de junho, segundo nota divulgada pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja).
Segundo lideranças indígenas, o jornalista e o ativista estariam recebendo ameaças de garimpeiros que atuam de forma ilegal na região. Até o momento, cinco pessoas foram ouvidas nas investigações. Apenas um suspeito foi detido na última quarta-feira (08).
Bolsonaro comenta
Nesta tarde, em discurso na Cúpula das Américas, nos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou o desaparecimento de Bruno e Dom. Ele reforçou o emprenho das forças de segurança nacionais (Marinha, Exército e Força Nacional) nas buscas e torceu para que a dupla fosse encontrada.
