Até a próxima quinta-feira (24), cinco novos países devem ser confirmados no Brics, o bloco econômico formado pelas principais economias emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Com isso, as portas do grupo se abrem para a Argentina, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Irã.
O anúncio deve ser feito pelo presidente da África do Sul, no encerramento da Cúpula do Brics. O convite aos cinco países será apenas para seguir o protocolo, já que, na prática, as próprias nações trabalharam para serem aceitas pelo bloco.
Na reunião aberta com os líderes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o Brics não pode ficar indiferente às mortes e à destruição da guerra na Ucrânia, além de criticar o papel do Conselho de Segurança das Organizações Unidas (ONU), colegiado que o Brasil pleiteia uma vaga.
“Todos sofrem as consequências da guerra. As populações mais vulneráveis, em desenvolvimento, são atingidas proporcionalmente. A guerra na Ucrânia evidencia as limitações do Conselho de Segurança. Muitos outros conflitos e crises estão por vir”, criticou Lula.
O presidente da Rússia reagiu à cobrança de Lula. Vladimir Putin alegou que ordenou a invasão à Ucrânia motivado por uma ação do Ocidente na fronteira. A guerra é tema sensível no Brics, haja vista que Moscou e Pequim são potências militares aliadas.
Haddad e nova regra fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, integrante da comitiva de Lula, celebrou a aprovação da nova regra fiscal na Câmara Federal, na última terça-feira (22).
“Eu penso que a RT, o arcabouço fiscal e as medidas que corrigem o desequilíbrio fiscal, recuperando a base fiscal que foi dilapidada nos últimos anos, vai ao encontro desse anseio de restabelecer condições macroeconômicas de crescimento sustentável, acima da média mundial”, analisou Haddad.
A Cúpula do Brics termina amanhã com a declaração final. A expectativa está em torno do tom que o bloco adotará, depois de dobrar o número de integrantes.