Jornal da Band

Criptografia é desafio para o trabalho das polícias em combate contra o tráfico

Uma rede de quadrilhas de traficantes de três continentes foi desmantelada em uma ação da polícia europeia

Por Rodrigo Hidalgo

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Os aplicativos de mensagens viraram ferramenta de trabalho para o tráfico de drogas. Mas o acesso às mensagens criptografadas pelos investigadores virou uma grande polêmica na Europa

Uma rede de quadrilhas de traficantes de três continentes foi desmantelada em uma ação da polícia europeia.

Narcotraficantes usavam sofisticados programas de mensagens criptografadas. As plataformas mais usadas, como o Sky ECC e o Encrochat foram desativadas pela Europol desde 2020. 

Com a interceptação de um bilhão de mensagens trocadas por 120 mil usuários, os agentes passaram a esclarecer crimes, identificar bandidos e descobrir esquemas do crime organizado em vários países.

A briga de gato e rato entre polícia e bandido conta também com ações da chamada contra inteligência. O FBI criou um aplicativo espião e induziu bandidos a usarem a plataforma de mensagens criptografadas achando que estavam seguros. Mais de 800 suspeitos foram presos no mundo todo.

O uso dessas informações obtidas com a quebra de programas de mensagens criptografadas em ações judiciais é hoje discutido em países como Espanha, Alemanha e Holanda. Alguns juristas defendem a tese de que houve uma hackeamento em massa pela polícia e que isso fere o sigilo das comunicações.

Os detalhes sobre como as redes foram infiltradas não são conhecidos. As autoridades alegam sigilo de defesa.

Na Holanda, a polícia conseguiu prender mais de 100 suspeitos e apertou o cerco ao tráfico internacional de drogas.

Um projeto de lei de segurança online pode inviabilizar o uso do WhatsApp no Reino Unido. Se for aprovado, a empresa Meta teria que desativar a proteção de mensagens por criptografia, medida que ela já anunciou que não vai tomar.

As polícias têm outros métodos de investigações de combate ao crime, como seguir os rastros do dinheiro, em esquema de lavagem de dinheiro e a infiltração em grupos das quadrilhas.

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