Durante os quatro anos de mandato, Jair Bolsonaro colecionou ataques ao judiciário e manifestações consideradas antidemocráticas.
Os advogados do PL, partido de Bolsonaro, acompanham 598 ações movidas contra o ex-presidente, que correm no Supremo Tribunal Federal, no Tribunal Superior Eleitoral e em outras instâncias da Justiça.
Ministros do TSE avaliam que é sério o risco de condenação em outros inquéritos que tratam de ataques sem provas às urnas eletrônicas e à democracia. No total, o ex-presidente responde a 16 inquéritos no TSE.
Durante o mandato, Bolsonaro protagonizou atos considerados antidemocráticos. Em abril de 2020, ele participou de manifestação na frente do QG do exército em Brasília, que pedia intervenção militar.
Em agosto de 2021, na véspera da votação do congresso sobre a volta do voto impresso, tanques desfilaram pela esplanada, a pedido do ex-presidente. O ato foi entendido no supremo e no legislativo como uma "tentativa de intimidação".
No 7 de setembro de 2021, Bolsonaro subiu ainda mais o tom. O então presidente xingou o ministro Alexandre de Moraes e ameaçou.
Os ataques foram escalando até que em 18 de julho de 2022, Bolsonaro chamou 72 embaixadores estrangeiros para dizer, sem provas, que o sistema eleitoral brasileiro poderia ser fraudado. Entre quase 600 ações na Justiça, foi essa que levou à inelegibilidade do ex-presidente.