Amazônia tem formiga com “cheiro de pirulito” e árvore com odor de chulé

Estreia da nova série especial da Band mostra reserva florestal no “quintal” de Manaus com aromas e odores que enriquecem a biodiversidade da Amazônia

Da redação

A biodiversidade da Amazônia produz um festival de sensações. Uma série especial do Jornal da Band mostra um passeio pelos cheiros da maior floresta tropical do mundo. Os aromas são os mais variados, das pequenas formigas às grandes árvores com cheiro de peixe e chulé.

Na Reserva Florestal Adolpho Ducke, há 100 mil hectares da Amazônia preservada em meio à urbanização de Manaus, capital do Amazonas. Ao todo são, mais de 1,2 mil espécies de árvores.

Nessa proposta de entender os cheiros da floresta, conversamos com o jovem Jhony, um estudante de engenharia florestal que entende como ninguém dos aromas da mata. 

“A Amazônia é um dos locais com a maior biodiversidade do planeta. Seria estupidez a gente dizer que a floresta tem um único cheiro. Dependendo de onde vai, a floresta muda completamente. Os cheiros também acabam mudando. Aqui, a gente passa por plantas com cheiro extremamente doce, plantas com cheiro podre. Isso acaba atraindo vários polinizadores, como moscas”, explicou o estudante.

Formigas com cheiro de pirulito

A equipe da Band começa a expedição na mata. O objetivo é ativar o olfato e sentir os cheiros mais comuns e até mesmo aqueles inusitados, como é o caso do incrível odor das formigas.

“As formigas tapiba são animais que, justamente, produzem o que a gente chama de ácido fórmico. O ácido fórmico vai, justamente, disfarçar o nosso cheiro. É um cheiro extremamente forte e fica como se fosse um óleo na nossa mão, quando a gente macera, ela. Aí a gente acaba passando no corpo. Muita gente vem ao formigueiro, dá uns toques, espera com que os animais comecem a subir na mão. A partir daí, a gente começa a esfregar no corpo, e esse óleo acaba disfarçando nosso cheiro, não só para insetos, mas para outros animais, como uma onça. Para mim, lembra o cheiro de pirulito de maçã-verde”, continuou o jovem.

Árvore com cheiro de peixe frito

Continuamos a jornada, até que nossa equipe se depara com mais uma das curiosidades da Amazônia. Durante a caminhada, cruzamos com um exemplar da árvore louro-pirarucu, da família dos louros, da qual Johny garante ter cheiro de peixe frito.

Assim como os outros louros, o nome comum estará associado ao cheiro que ela produz, aqui na região. Ela está com cheiro de pirarucu frito (Jhony)

O guia explica que o cheiro de peixe da árvore está ligado ao processo de decomposição feito por microrganismos no interior do tronco.

Árvore louro-pirarucu tem cheiro de peixe frito

Odor de chulé em árvore gigante

Dos minúsculos moradores da floresta aos mais imponentes. Estamos diante da quinta maior espécie de árvore do mundo, o majestoso angelim. A que avistamos tem cerca de 50 anos. Apesar da beleza, cheiro dela não é muito agradável. Após tirar uma pequena lasca do tronco, é possível sentir um odor de chulé. 

Em cada pedaço da floresta, uma composição única e diferente de sons, cores, cheiros e sabores. No fim do trajeto, o nosso guia refletiu a magnitude sensorial dos nossos tesouros da Amazônia.

Ter como quintal uma floresta como esta é uma paz que a gente acaba sentindo (Jhony)

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