A Polícia Rodoviária Federal anunciou uma comissão especial formada por agentes de Brasília e outros estados para investigar em Sergipe a morte de Genivaldo de Jesus Santos, asfixiado por gás no porta-malas de uma viatura.
Quase uma semana após a morte de Genivaldo, o diretor-executivo Jean Coelho e o diretor de inteligência Allan da Mota Rebello, da PRF (Polícia Rodoviária Federal), foram dispensados dos cargos pelo governo federal nesta terça-feira (31), e serão promovidos a novas funções nos Estados Unidos.
Ambos vão exercer a função de “Oficial de Ligação”, no Colégio Interamericano de Defesa (CID), pelo prazo de dois anos. Duas portarias apontam que as nomeações dos agentes para cargos nos Estados Unidos já estavam definidas em 17 de maio, nove dias antes da morte de Genivaldo de Jesus Santos.
Caso Genivaldo
Genivaldo era esquizofrênico e foi parado por andar de moto sem capacete e morto após ser preso em uma câmara de gás improvisada.
O presidente Jair Bolsonaro lamentou o ocorrido nesta segunda-feira (30) e disse que a justiça vai ser feita "sem exageros". "Não podemos generalizar tudo o que acontece" no Brasil, disse.
O presidente comparou a morte de Genivaldo com um caso ocorrido há duas semanas em Fortaleza, quando policiais rodoviários federais abordaram um homem em situação de rua e morreram após um dos agentes ter sua arma de fogo roubada. O homem abordado foi morto por um terceiro policial que passava na região.
“Ao abater esse marginal, vocês [da imprensa] foram para uma linha completamente diferente“, disse Bolsonaro, ao comentar o episódio.
Questionado especificamente sobre a ação da PRF em Sergipe, Bolsonaro disse lamentar o caso como o de Fortaleza, mas que não era questão de “generalizar“.
O ministro da Justiça, Anderson Torres, se limitou a dizer que a PF (Polícia Federal) e a PRF abriram inquéritos, e que a apuração será a mais breve possível. “E, enquanto não houver a finalização desses procedimentos, não há o que se falar“, concluiu.
A PRF afastou os policiais Kleber Nascimento Freitas, Paulo Rodolpho Lima Nascimento e William de Barros Noia. Ao todo, cinco agentes assinam o boletim de ocorrência relacionado à morte de Genivaldo.