Capitão ligado a almirante delatado por Cid redigiu minuta de GLO para Lula

Capitão da Marinha cedido ao Ministério da Defesa foi quem redigiu minuta de GLO para Lula assinar no dia 8 de janeiro

Da redação

Militar ligado a almirante delatado por Cid redigiu minuta de GLO para Lula
Reprodução

A Band Brasília teve acesso à minuta de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinar no dia 8 de janeiro, o que autorizaria as Forças Armadas a conterem os ataques ao Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto.

De acordo com a apuração do repórter Túlio Amâncio, o documento foi redigido por um integrante da Marinha, o capitão Elço Machado, cedido para o Ministério da Defesa. O ministro José Múcio chegou a sugerir que Lula assinasse o documento, mas o presidente se recusou.

Elço escreveu o documento no dia 8 de janeiro, dia dos ataques. A minuta previa que a GLO fosse mantida entre os dias 8 e 10 de janeiro. O texto ainda destaca que a segurança do Distrito Federal e a Força Nacional eram insuficientes na contenção dos criminosos.

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Quem teria indicado o capitão à Defesa foi o almirante Garnier Santos, supostamente delatado pelo tenente-coronel Mauro Cid como o único comandante, entre as três forças militares (Exército, Aeronáutica e Marinha), a aceitar um possível golpe de Estado sugerido pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Cid, porém, precisa provar as declarações ditas na delação. Ex-ajudante de ordens do ex-presidente, o tenente-coronel chegou a ser preso após a descoberta de fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro, familiares e assessores.

Elço é definido como “próximo de Garnier”. Em nota, o ministério da Defesa disse que a minuta de GLO foi feita “no contexto das possibilidades de acionamento e amparada pela Lei Complementar 97/99”.

Prevista no artigo 142 da Constituição Federal, a GLO é uma prerrogativa do presidente da República para acionar as Forças Armadas para atuarem, provisoriamente, com poder de polícia em casos extremos, quando as forças de segurança convencionais não são suficientes.

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