JBS quer foco da agroindústria em economia verde para o pós-pandemia

'Transição para a economia de baixo carbono vai movimentar a economia', diz Gilberto Tomazoni

Da Redação, com BandNews TV

O cenário pós-pandemia da economia brasileira deve ter como foco o meio ambiente. Pelo menos, segundo a avaliação de Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS, durante um dos painéis do Conexão BandNews com The New York Times nesta segunda-feira (19).

Segundo Tomazoni, "a transição para a economia de baixo carbono vai movimentar a economia e garantir o protagonismo da agroindústria brasileira”. A meta, segundo ele, é ser “parte da solução”, e não do problema.

O ponto de vista foi semelhante ao de outros participantes do debate. Gustavo Montezano, presidente do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), destacou ainda o que chamou de “ativo verde” na aceleração da economia.

“As empresas que conseguem explicar e entender no seu negócio o propósito da sustentabilidade vão ter mais acesso a capital, vão ter o custo de capital mais barato e, portanto, mais capacidade de investimento”, projetou.

Para Tomazoni, a vacinação da população vem em boa hora, mas não resolve todos os problemas. Agora, segundo ele, é preciso combater o aquecimento global.

"No caso da pandemia, felizmente encontramos a vacina. Contra a mudança climática, temos que agir com urgência antes que seja tarde demais", analisou o CEO da JBS, que quer investir R$ 1 bilhão nos próximos 10 anos “em soluções que visem diminuir as nossas emissões de carbono”.

Reflexos econômicos da pandemia

Em 2021, o Brasil quer repetir as medidas adotadas em 2020 no combate à pandemia do novo coronavírus. A informação foi dada por Gustavo Montezano, do BNDES.

Segundo Montezano, no primeiro ano da pandemia, o governo federal adotou iniciativas para cuidar da saúde da população, ao mesmo tempo em que trabalhava para atenuar o impacto da Covid-19 na economia. Em 2021, com o início da vacinação, a receita não deve mudar.

“De uma forma bem resumida, a metodologia, a fórmula que a gente usou no ano passado vai se repetir esse ano. O governo divide suas ações principalmente em três pilares: ‘saúde’, ‘pessoas e famílias’ e ‘empresas’. A gente viu isso ano passado”, disse.

“O que a gente vê agora em 2021 é algo parecido. Saúde: vacina, vacina, vacina. Pessoas e famílias: auxílio emergencial. Agora a gente entra no canal empresas, em que as ferramentas se repetem: benefício e manutenção de emprego, antecipação de benefícios tributários e canal crédito”, completou.

De acordo com o presidente do BNDES, o governo quer aproveitar os ensinamentos de 2020 para aperfeiçoar a administração da pandemia e de seus reflexos socioeconômicos.

“Hoje, apesar do momento ainda desafiador, temos um pouco mais de bússola, de ferramentas de navegação”, explicou.

A adoção do auxílio emergencial foi elogiada por Paulo Henrique Costa, presidente do BRB (Banco de Brasília), que afirmou que o benefício “foi fundamental” para que a sociedade pudesse passar por 2020.

“Ele teve uma importância tremenda, inclusive para sustentar o impacto na economia”, classificou.

‘Transformações’

O painel ainda debateu a importância do compromisso ambiental com a economia e a possibilidade de colocar “transformações” em prática frente à pandemia.

“A pandemia trouxe uma aceleração de muitas transformações que estavam acontecendo”, argumentou Costa, do BRB. “A transformação digital foi acelerada, chegou para a ficar e beneficia a população de maneira geral.”

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