O vereador dr. Jairinho e a mãe do menino Henry Borel, Monique Medeiros, tentaram jogar fora seus celulares no momento da prisão. “O casal tentou se desfazer dos aparelhos celulares que estão utilizando atirando os mesmos pela janela”, afirma a delegada assistente Ana Carolina Medeiros.
Segundo ela, a polícia começou a monitorar os dois desde o momento do pedido de prisão do Ministério público. O casal foi localizado em endereço diverso daquele declarado nos depoimentos, na casa de uma tia do vereador, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. O casal não resistiu à prisão.
A troca de mensagens entre Monique e a babá de Henry encontrada em celulares apreendidos anteriormente pela polícia foi fundamental para a investigação. A babá teria avisado a mãe do menino sobre agressões de Jairinho e relatou que o menino mancava e reclamava de dores na cabeça em uma ocasião.
O delegado responsável pelo caso, Henrique Damasceno, diz que Monique tentou proteger Jairinho. "Em um depoimento por mais de 4 horas, após a morte do filho, ela sustentou uma versão fantasiosa protegendo o assassino do próprio filho", disse ele.
O casal é investigado por homicídio duplamente qualificado, tortura e impossibilidade de defesa da vítima. A prisão é temporária e deve durar a princípio 30 dias.
Dr. Jairinho tentou evitar perícia do corpo
O vereador tentou pressionar profissionais do hospital para o qual Henry foi levado para que o corpo fosse liberado diretamente para o enterro. Quando há indícios de violência, o hospital é obrigado a fazer encaminhamento para necrópsia.
“Ele tentou liberar esse corpo junto a um alto executivo do hospital Barra D'Or sem que o corpo passasse pelo IML, ou seja, o corpo não sofreria a perícia e nós não teríamos como afirmar que essa criança foi assassinada”, explicou o delegado Antenor Lopes Martins Junior, diretor do Departamento-Geral de Polícia da Capital, à BandNews FM.
Jairinho ligou para o governador em exercício Claudio Castro (PSC) horas depois da morte de Henry. “Foi descoberto que ele fez uma ligação para o governador do Rio de Janeiro pedindo ajuda, então, ele estava usando suas influências pessoais para interferir e pressionar as investigações da autoridade pessoal”, disse o advogado de Leniel Borel, pai do menino, que deve ajudar na acusação.
Os delegados do caso afirmam que o governador não interferiu nas investigações e que liberou a compra do aplicativo que permitiu recuperar as mensagens apagadas dos celulares do casal.
Assista à coletiva de imprensa com os investigadores do caso: