Indígenas protestam por mais segurança na região onde desapareceram Dom e Bruno

Dezenas de indígenas argumentam que o Vale do Javari é alvo de ataques de madeireiros, garimpeiros, pescadores ilegais e narcotraficantes

Yan Boechat

Dezenas de indígenas que vivem na região do Vale do Javari protestaram, nesta segunda-feira (13), na cidade amazonense de Atalaia do Norte, destino do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira caso não desaparecessem. O enviado especial da Band ao Amazonas, Yan Boechat, destacou que os manifestantes cobram segurança na região.

Segundo os indígenas, toda a região do Vale do Javari é alvo de ataques de madeireiros, garimpeiros, pescadores ilegais e narcotraficantes. Para os povos originários, essa rede de criminosos teria sido a responsável pelo desaparecimento de Dom e Bruno.

As buscas por Dom e Bruno já estão no 13º dia, numa mobilização nacional das Forças Armadas, Força Nacional e forças de segurança do Amazonas. Mais cedo, a Polícia Federal (PF) informou que materiais biológicos, sem especificar quais, foram encontrados e que estão sob perícia. Também há pertences pessoais dos desaparecidos.

Bruno é indigenista especializado em povos indígenas isolados e conhecedor da região, onde foi coordenador regional por cinco anos. Já Dom Phillips é veterano de cobertura internacional e mora no Brasil há mais de 15 anos.

Segundo lideranças indígenas, o jornalista e o ativista estariam recebendo ameaças de garimpeiros que atuam de forma ilegal na região. Até o momento, cinco pessoas foram ouvidas nas investigações. Apenas um suspeito foi detido no dia 08 de junho.

ONU alertou violência em 2017

Semana passada, foram revelados documentos das Organizações das Nações Unidas que mostram que a violência no Vale do Javari foi alertada às autoridades brasileiras ainda em 2017.

Em 2017, sob o então governo de Michel Temer, a instituição cobrou medidas efetivas do Brasil, o que não aconteceu. A Comissão Interamericana de Direitos Humanos fez o mesmo apelo.

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