Clientes de uma agência de turismo tentam, há meses, conseguir o reembolso de viagens canceladas por conta da pandemia de covid-19, mas seguem sem respostas. A saída, muitas vezes, pode ser entrar na Justiça para recuperar o dinheiro, segundo especialista ouvido pela reportagem do Bora Brasil.
Para a jornalista Camila Corsini, a tão sonhada viagem para o exterior virou dor cabeça. No começo de 2020, ela e uma amiga comoraram um pacote de turismo para conhecerem o Chile. Devido à pandemia, os planos tiveram que ser adiados.
“Não tinha perspectiva de quando as coisas iam melhorar e a gente resolveu desistir e programar uma outra viagem. Aí começou a dor de cabeça. Foram dois meses para conseguir o contrato de anuência. Aí tinham 12 meses para restituir a gente da passagem e até o fim deste ano para devolver o hotel”, contou a jornalista.
O prazo para receber o dinheiro de volta venceu no dia 06 de junho, mas a agência ainda não confirmou o reembolso, mesmo após tentativas insistentes de contato.
“Mandei mensagem, mas não responderam. Minha amiga pressionou e deram um número. Falaram que não têm previsão, mas não deram protocolo nem nada. Pediram para retornar em 20 dias úteis. Aí perdi a paciência e decidi acionar a Justiça”, continuou Camila.
O problema da Camila não é um caso isolado. Nas últimas semanas, muita gente tem enfrentado a mesma dificuldade para conseguir reembolso de passagens aéreas ou de hospedagens que deveriam ter acontecido nos últimos anos, mas foram impedidas por conta da pandemia.
No site Reclame Aqui, são dezenas de clientes com o mesmo problema. Procurada, a CVC disse que tem canais de atendimento disponíveis para esclarecer as dúvidas e que segue as políticas de reembolso previstas na legislação. Os clientes, porém, contradizem a empresa.
O advogado Arthur Rollo, especialista em direito do consumidor, recomenda, num primeiro momento, acordo entre as partes. Caso a empresa não colabora, o cliente pode entrar na Justiça para cobrar o reembolso.
“A recomendação que a gente dá é buscar um acordo. Se houver intransigência por parte das empresas, aí não tem jeito. É reclamar no Procon e entrar com ações judiciais. E naquelas ações de até 20 salários mínimos é possível entrar nos juizados especiais sem advogado”, disse Rollo.