Flexibilização do Plano SP não é adequada neste momento, diz médico

Para Marcos Boulos, situação da pandemia de Covid-19 no estado não permite abrandamento de medidas

Da Redação, com BandNews FM

O infectologista Marcos Boulos, integrante do Centro de Contingência contra a Covid-19, discorda das flexibilizações no Plano São Paulo anunciadas pelo governo do Estado. 

Em entrevista à BandNews FM, ele lembrou que algumas regiões já estão com o sistema de saúde sobrecarregado novamente. A tendência, segundo Marcos Boulos, é de que a crise sanitária se agrave.

“Nada mudou. Nós continuamos contra qualquer tipo de flexibilização”, disse Boulos. “De qualquer jeito, a situação não é nada confortável.”

O governo de SP prorrogou a fase de transição até o fim do mês. A partir do dia 1º de junho, será permitida a ampliação do horário de funcionamento dos estabelecimentos até 22h - hoje, os comércios devem fechar as portas uma hora antes. 

Além disso, a recomendação máxima de ocupação de cada local será ampliada para 40% a partir do dia 24 de maio e, depois, para 60% a partir de junho. Antes, o limite era de 25% e passou para 30% no começo desse mês. 

Outra mudança é o toque de recolher, que passará a valer entre 22h e 5h da manhã do dia seguinte a partir do mês que vem - atualmente, começa às 21h. 

Na avaliação do infectologista Marcos Boulos, apesar do avanço da vacinação, os jovens continuam desprotegidos - inclusive, os casos graves vêm aumentando nessa faixa etária.

Marcos Boulos argumenta ainda que é necessário um tempo maior de restrições severas para que os números da Covid-19 melhores significativamente.

A taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 79,1% no Estado e de 76,9% na região metropolitana da capital. Em algumas regiões, porém, o índice passa de 90%.

“No estágio em que estamos de ocupação de leitos de UTI, a situação tende a se complicar muito mais, com pessoas não tendo locais para se internar quando estão em estado grave. Já tem lugares em que você tem a UTI praticamente lotada”, disse o médico.

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