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‘Fizemos todo esforço possível’, diz Mauro Vieira sobre veto dos EUA na ONU

Proposta brasileira de resolução do conflito entre Israel e Hamas conseguiu 12 votos de 15 possíveis; EUA, por ser membro permanente do Conselho, tem poder de veto

Da Redação

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Antonio Cruz/Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, lamentou nesta quarta-feira (18) o veto dos Estados Unidos da resolução brasileira sobre o conflito entre Israel e Hamas no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Segundo ele, o Brasil fez “todo esforço possível” para a aprovação da proposta. 

Dos 15 membros do Conselho de Segurança, doze países votaram a favor da resolução brasileira: Brasil, China, Albânia, França, Equador, Gabão, Gana, Japão, Malta, Moçambique, Suíça e Emirados Árabes. Outros dois países se abstiveram da votação, que foram: Rússia e Reino Unido. 

Os Estados Unidos foram os únicos que rejeitaram a proposta brasileira de resolução do conflito no Oriente Médio. 

"Acho que do nosso ponto de vista, da nossa presidência e como governo brasileiro, fizemos todo o esforço possível para que cessassem as hostilidades e que se parassem com os sacrifícios humanos e que se pudesse dar algum tipo de assistência às populações locais, aos brasileiros que estão na Faixa de Gaza. [...] A nossa preocupação sempre foi a questão humanitária neste momento. Enfim, cada país terá sua inspiração própria", afirmou Mauro Vieira.

Segundo o ministro das Relações Exteriores, o texto do Brasil focava na cessão das hostilidades, no aspecto humanitário, criação de uma passagem humanitária “para que nacionais de outros países pudessem sair” da Faixa de Gaza. “Também estabelecia a possibilidade de envio de ajuda humanitária. Infelizmente não foi possível aprovar essa resolução. Ficou clara uma divisão de opiniões", declarou. 

Veto dos Estados Unidos na ONU

Os diplomatas do conselho de segurança da ONU recusaram a proposta do Brasil. Eles se reuniram em Nova York, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (18) para votar em propostas de resolução sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. 

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, alegou que o país ficou desapontado por não constar no texto o direito de autodefesa de Israel. 

“Sim, resoluções são importantes. E sim, esse conselho deve se manifestar. Mas as ações que tomamos devem levar em conta o que acontece no local e apoiar esforços diretos de diplomacia que podem salvar vidas”, disse a embaixadora dos Estados Unidos na ONU. “Os Estados Unidos estão desapontados pelo fato dessa resolução não mencionar o direito de Israel de autodefesa. Como qualquer outro país do mundo, Israel tem o direito de se autodefender”, acrescentou. 

Para aprovar uma resolução na ONU, é preciso o apoio de 9 dos 15 membros e nenhum dos membros permanentes (China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos) pode vetar o texto.

Na última segunda-feira (16), os membros do Conselho rejeitaram a proposta de resolução da Rússia sobre o conflito, que apresentava a proposta de um cessar-fogo imediato, a abertura de corredores humanitários e a liberação de reféns com segurança, mas não condenava diretamente o Hamas pelos atos de violência cometidos. A proposta da Rússia teve cinco votos favoráveis, quatro contrários e seis abstenções.

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