A família da idosa Gecélia Barbosa, de 89 anos, que morreu na última sexta-feira (24), afirma que cremou a pessoa errada após o corpo dela ser sido trocado pelo de outra pessoa no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, na zona norte, do Rio de Janeiro.
Gecélia sofreu um tombo no dia 22 de agosto e inicialmente foi internada no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, na zona norte. Ela esperou, por 20 dias, para fazer uma cirurgia no fêmur. O procedimento não foi feito e, nesse meio tempo, ela acabou sendo infectada pelo coronavírus.
Por causa disso, ela foi transferida para o Ronaldo Gazolla, referência no tratamento da Covid-19, mas morreu na sexta-feira (24). O reconhecimento foi prejudicado por causa dos protocolos de proteção, como conta a advogada da família, Sumaya Portilho.
A cremação ocorreu no sábado (25), mas, nesta segunda-feira (27), a família recebeu uma ligação do hospital dizendo que o corpo de Gecélia ainda estava lá. A família voltou a unidade, conseguiu ter acesso a todo o corpo, e confirmou que se tratava de Gecélia. Agora a advogada da família, Sumaya Portilho, pede para que o Município do Rio arque com as despesas de uma nova cremação.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro disse que abriu uma sindicância para apurar as falhas e responsabilidades no processo. A pasta também afirmou que está prestando assistência às duas famílias, incluindo apoio psicológico e que lamenta profundamente o ocorrido.
Sobre a demora para a realização da cirurgia no Salgado Filho, a Secretaria disse que, por causa da idade avançada e ao quadro clínico instável, não foi possível que a mulher fosse operada em curto prazo.