Ministro das Comunicações, Fábio Faria acredita que a baixa popularidade do presidente Jair Bolsonaro começará a dar lugar para avaliações mais positivas com o avanço da vacinação contra Covid-19 e a retomada econômica, como a que seria proporcionada pela implementação do novo Bolsa Família, por exemplo. Para ele, a crise econômica é global, e o cenário brasileiro acaba afetado também pelas instabilidades do mercado internacional.
“Acredito que nós estamos vivendo o pior momento, saindo ainda da pandemia. A CPI todos os dias bombardeando o presidente. Vivemos um período em que uma grande parte da população que está casa, gente que perdeu o emprego, gente que teve medo da sua empresa quebrar e só conseguimos sobreviver por causa que o Governo Federal socorreu as empresas, o Congresso Nacional também teve a sua participação altamente positiva”, avaliou Faria ao Ponto a Ponto, programa da jornalista Mônica Bergamo e o cientista político Antônio Lavareda no BandNews TV desta quarta (29). Veja a entrevista na íntegra acima.
“Acredito que nós estamos vivendo o pior momento, saindo ainda da pandemia. A CPI todos os dias bombardeando o presidente. Vivemos um período em que uma grande parte da população que está casa, gente que perdeu o emprego"
Segundo o último levantamento do Datafolha, feito entre 13 e 15 de setembro, apenas 22% das pessoas consideravam o governo Bolsonaro como “bom ou ótimo”, enquanto 53% fizeram avaliação como “ruim ou péssimo”. Ele analisa que esse índice oscila “pelo cenário do momento”, como o provocado pela inflação, por exemplo.
“Esse público ele oscila muito, né? Falando em pesquisas aqui, se você for olhar as pesquisas do ano passado, quando teve o Auxílio Emergencial de R$ 600, o número [índice de aprovação] era muito maior na própria [pesquisa] Datafolha, comparando”, disse.
Ele fez um balanço positivo dos mil dias da nova gestão no Planalto e acredita que Bolsonaro conseguirá se reeleger em 2022, mesmo com o atual cenário de crise. Para Faria, a chamada “terceira via” não vai existir nas eleições, e o antipetismo irá ajudar que os votos da centro-direita possam migrar para o atual presidente.
"Então, essas pessoas que almejam a terceira via, quando virem que essa terceira via não vai ocorrer, ela vai beneficiar muito o presidente Bolsonaro”
“O Brasil está muito dividido. Então, essas pessoas que almejam a terceira via, quando virem que essa terceira via não vai ocorrer, ela vai beneficiar muito o presidente Bolsonaro”, pontuando que Lula, tido nas principais pesquisas como rival do presidente, está “protegido” atualmente por estar fora do noticiário negativo na mídia.
Faria vê os episódios da crise entre poderes causadas pelo 7 de setembro como superadas, analisando que um ambiente hostil só dificulta o presidente de governar, dizendo que “o que ele mais quer é tranquilidade”.
Leilão do 5G no Brasil
O ministro, que atualmente está em Nova York, nos Estados Unidos, para uma reunião na ONU sobre telecomunicações, exaltou a aprovação do edital para a implementação do 5G no Brasil, que acontece em 4 de novembro. Ele reiterou que o valor mínimo orçado para as quatro faixas será de R$ 46 bilhões.
Faria projeta que a nova tecnologia da nova geração da internet móvel trará aumento de até 20% no PIB do agronegócio, 85% das escolas com 5G “puro” e chegada de sinal com qualidade em zonas rurais mais distantes. Atualmente, 40 milhões de brasileiros não têm acesso à internet.
Ele ainda descartou que haverá uma disputa geopolítica entre China e Estados Unidos no leilão, já que eles só iriam fornecer a tecnologia para algumas das atuais operadoras em serviço no País que estarão na disputa, não participando diretamente do leilão.
“Essas empresas, quando elas vencerem o leilão, aí depois disso elas vão adquirir os equipamentos. Aí tem equipamento sueco, tem equipamento chinês, tem equipamento japonês, tem equipamento coreano, tem equipamento finlandês. Então, essas empresas vão oferecer equipamentos para as teles. Aí que vai entrar a briga geopolítica”, destacou dizendo que a rede privativa do governo será diferente da rede privada de 5G e estará a cargo de apenas uma companhia.