O que é a Otan e quem são os membros? Qual é a relação do Brasil?

Aliança militar internacional existe há 72 anos e tem participação fundamental nos conflitos entre Rússia e Ucrânia

Da Redação

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Rússia x Ucrânia: Veja imagens da guerra
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Conjunto de prédios danificados em Mariupol, em 3 de abrilPavel Klimov/Reuters
Membros do Serviço de Emergência coletam munição russa na cidade de Bucha State Emergency Service in Kyiv Oblast via Reuters
Resgatistas retiram corpo de um civil após ataque russo a Irpin, em 1º de abrilGleb Garanich/Reuters
A Rússia acusou a Ucrânia de atacar um depósito de combustíveis em território russo na cidade de BelgorodReuters
Míssil russo deixa mortos e "buraco" em prédio do governo de Mykolaiv, perto de OdessaState Emergency Service of Ukraine via Reuters
Buraco atingiu vários andares no meio do prédio da sede do governo da cidade ucranianaNacho Doce/Reuters
Carro esportivo armado perto de prédio alvejado na administração estadual regional de MykolaivNacho Doce/Reuters
Membro do resgate observa destruição em parte do prédio da administração estadual regional de MykolaivState Emergency Service of Ukraine via Reuters
O governador regional, Vitaly Kim, afirmou que as equipes de resgate procuravam mais vítimas nos escombrosNacho Doce/Reuters
Sophia, 16, que foi separada da mãe, viúva, durante a guerra, abraça o seu irmão Mykhaylo, 8, em abrigo de Lviv, na Ucrânia Zohra Bensemra/Reuters
Voluntários cobrem estátua de Santo André em Kiev com sacos de areia para proteger o monumento de ataques russoVladyslav Musiienko/Reuters
Voluntário distribui comida doada para a população em Mykolaiv, no sul da UcrâniaNacho Doce/Reuters
Um mulher de Kharkiv reencontra amigas de Chernihiv após fuga para a RomêniaClodagh Kilcoyne/Reuters
Shopping na região de Kiev destruído após ataque russoMarko Djuricá/Reuters
Homem carrega cachorro pouco tempo após ataque russo que atingiu shopping center em KievSerhii Nuzhnenko/Reuters
A tenente Tetiana Chornovol, ex-deputada e que opera o sistema antitanque manuseia lançador que transportou seu carro em KievGleb Garanich/Reuters
Homem anda por área residencial de Kiev destruída em bombardeio russoMarko Djurica/Reuters
Membro das forças ucranianas checa a artilharia em sua base em KievGleb Garanich/Reuters
Mãe de Ivan Skrypnyk, major morto no ataque russo à base militar de Yavoriv, durante funeral em 17 de marçoPavlo Palamarchuk/Reuters
Pedaço de concreto sobre cama de apartamento residencial destruído em Kiev, em 17 de marçoThomas Peter/REUTERS
Escola é destruída durante bombardeio em Kharkiv, na UcrâniaOleksandr Lapshyn/Reuters
Voluntários brincam com crianças refugiadas da Ucrânia na PolôniaFabrizio Bensch/Reuters
Soldado ferido no ataque à base militar de Yavoriv em hospital local, em 13 de marçoKai Pfaffenbach/REUTERS
Região da base militar de Yavoriv após ataque aéreo russo, que deixou mais de 30 mortos em 13 de março@BackAndAlive/via Reuters
Bombeiros atuam em escombros de prédio atingido por mísseis em Kharkiv, em 14 de marçoVitalii Hnidyi/Reuters
Bombeiros de Kiev atuam para apagar incêndio em prédio residencial atingido por ataque russo, em 15 de marçoMarko Djurica/Reuters
Jornalista americano ferido em ataque em Irpin sendo atentido. Nessa ação, morreu o videodocumentarista Brent Renaud, em 12 de marçoReuters
Capelão militar abençoa soldado antes de ir para frente de batalha na região de Kiev, em 13 de marçoThomas Peter/Reuters
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky faz selfie com um soldado ferido em um hospital de Kiev, em 13 de marçoUkrainian Presidential Press Service via Reuters
Cratera em centro cultural atingido por explosivo em Byshiv, próxima à Kiev, em 12 de marçoThomas Peter/Reuters
Tanque destruído em área residencial de Volnovakha, na região separatista de Donetsk, em 12 de marçoAlexander Ermochenko/Reuters
Escombros de uma fabrica de sapatos após ataque russo em Dnipro, em 12 de marçoMykola Synelnikov/Reuters
Estádio Iuri Gagarin, em Chernihiv, danificado após ser alvo de explosivosFC Desna/Facebook/Divulgação
Estádio Iuri Gagarin, em Chernihiv, danificado após ser alvo de explosivosFC Desna/Facebook/Divulgação
Refugiados ucranianos atravessam a fronteira com a Romênia por balsaStoyan Nenov/Reuters
Civis que se voluntariaram para entrar para a Força de Defesa Territorial treinam com armas em Odessa, na UcrâniaAlexandros Avramidis/Reuters
Crianças dormem em centro esportivo convertido em centro de refugiados na PolôniaPiotr Skornicki/Agencja Wyborcza.pl via REUTERS
Monumento do Duque de Richelieu, fundador da cidade ucraniana de Odessa, foi quase todo coberto com sacos de areia para proteção contra ataques russosAlexandros Avramidis/Reuters
Homem carrega cachorro na fuga de Irpin, próxima a Kiev, em 9 de marçoMaksim Levin/REUTERS
Destruição em Sumy, uma das cidades mais atingidas pelos ataques e que tem corredor humanitário para fugaAndrey Mozgovoy/Reuters
Em Odessa, Esyea (6 anos) se despede da mãe em ônibus com refugiados. Ela está no colo da irmãAlexandros Avramidis/REUTERS
Em Irpin, policial se despede do filho, que fugiu com o resto da família por conta dos ataques russosThomas Peter/Reuters
Moradores de Irpin atravessam ponte danificada por bombardeio, em 7 de março. A cidade perto de Kiev é alvo de intensos ataquesCarlos Barria/Reuters
Antonov An-225 Mriya destruído no hangar do aeroporto de Hostomel em ataque no fim de fevereiroTV estatal russa/Reprodução
Parte de um míssil perto de um terminal de ônibus em Kiev, em 4 de marçoValentyn Ogirenko/Reuters
Mulher verifica destruição em casa atingida em Horlivka, na região separatista de Donetsk, em 4 de marçoAlexander Ermochenko/Reuters
Pessoas tentam embarcar em trem de Kiev para Lviv, em 4 de marçoGleb Garanich/Reuters
Bombeiro em destroços de escola atingida por bombas em Zhytomyr, em 4 de marçoViacheslav Ratynskyi/Reuters
Prédios residenciais após explosões em Borodyanka, na região de Kiev, em 3 de marçoMaksim Levin/Reuters
Comboio de veículos russos destruídos em Borodyanka, perto de Kiev, em 3 de marçoMaksim Levin/Reuters
Torre de TV atingida por explosivo em Kiev, em 1º de marçoReuters
Tanque destruído na cidade de Bucha, próxima de Kiev, em 2 de marçoSerhii Nuzhnenko/Reuters
Prédio do governo de Kharkiv após ser atingido por míssil russoCarlos Barria/Reuters
Sede do governo em Kharkiv é bombardeada nesta terça, 01 de marçoVyacheslav Madiyevskyy/Reuters
Edíficios residenciais destruídos por explosivos em Irpin, perto de Kiev, em 2 de marçoSerhii Nuzhnenko/Reuters
Gleb Garanich/ReutersPrédio em Kiev atingido e destruído por foguetes russos em 26 de fevereiro
Universidade Nacional de Kharkiv, danificada por ataques em 2 de marçoReuters
Casa destruída por ataque na região separatista de DonetskAlexander Ermochenko/Reuters
Vista da destruição de uma fábrica em Kharkiv, em 28 de fevereiroREUTERS
Criança brinca em parque diante de prédios atingidos por ataque em Kiev REUTERS/Umit Bektas
Área residencial nos arredores de Kiev atingida durante ataque russo REUTERS/Umit Bektas
Ponte destruída por explosivos em Bucha, cidade próxima a Kiev, em 28 de fevereiroMaksim Levin/Reuters
Prédio em Kharkiv danificado por bombardeios russos em 27 de fevereiro, na ação contra a segunda maior cidade da UcrâniaVitaliy Gnidyi/Reuters
A Rússia iniciou ofensiva contra a Ucrânia nesta quinta-feira (24)Ukrainian State Emergency Service/Handout via REUTERS
Interior de veículo russo Tigr-M destruído em Kharkiv, em 28 de fevereiroVitaliy Gnidyi/Reuters

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) está no centro da guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada nesta semana. Então é fundamental entender o que é essa aliança militar para compreender o conflito no leste europeu.

O que é a Otan?

A Otan é uma aliança militar entre países da América do Norte e da Europa criada em 1949, no começo da Guerra Fria. O objetivo era que os países membros tivessem um mecanismo de defesa coletivo se fossem atacados, além de proteger a Europa Ocidental da expansão do comunismo e da própria União Soviética.

Ao longo do tempo, a Otan passou por transformações, e continuou existindo mesmo depois do fim da Guerra Fria. A organização participou de grandes conflitos, inclusive no Leste Europeu. Também esteve na Guerra do Afeganistão (2001) e em missões no Iraque (2003-2011), por exemplo.

A Otan não possui um Exército próprio –ela é formada pelos contingentes militares de seus integrantes.

Vídeo: Ucrânia e Rússia têm exércitos desiguais

Quem faz parte da Otan?

Os países fundadores da Otan são Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos (Holanda), Portugal e Reino Unido.

Atualmente 30 países fazem parte da aliança militar, entre eles algumas ex-repúblicas soviéticas. Hoje, completam a aliança a Albânia, Alemanha, Bulgária, República Checa, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Macedônia do Norte, Montenegro, Polônia, Romênia e Turquia. 

Entre as regras da Otan está a de que qualquer país europeu que atenda aos critérios de adesão pode fazer parte do grupo. A aliança atlântica reconhece que Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Macedônia e Ucrânia são países aspirantes, ou seja, que pretendem fazer parte da aliança e poderiam receber algum apoio. Mas, nesse caso, não há obrigação de ajuda por parte dos membros. 

O Kremlin é contra a Otan desde os tempos da Guerra Fria. O presidente russo, Vladimir Putin, quer mantê-la afastada do território, pois teme que a aliança coloque bases de lançamento de mísseis próximas da Rússia. Com a expansão da Otan no Leste Europeu, a tensão aumentou na região.

Por que a Ucrânia quer fazer parte da Otan?

A Ucrânia é a maior ex-república soviética na Europa, e desperta o interesse da aliança atlântica desde o fim da URSS. A Rússia quer controlar regiões da Ucrânia que estão na sua fronteira direta e possuem forte identidade russa – Putin chegou a afirmar que a Ucrânia nem deveria existir, considerando os laços históricos que unem os dois Estados.

Em 2008, quando autoridades da Otan sugeriram a entrada da Ucrânia, uma linha foi cruzada para Putin, já que o país era considerado área de influência russa.

Após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, o atual governo da Ucrânia entendeu que precisava do apoio da Otan para garantir a sua segurança. O governo ucraniano hoje está entre os cinco países que mais recebem recursos financeiros dos EUA para investimentos militares –a União Europeia também dá apoio financeiro ao país.

Putin quer garantias de que a Ucrânia jamais fará parte da Otan –e eventualmente da União Europeia–, cobrando uma posição de neutralidade ucraniana enquanto almeja trazer o antigo aliado de volta para a esfera de influência do Kremlin.

Qual é a relação do Brasil com a Otan?

Durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil passou a buscar uma posição com país aliado preferencial extra-Otan. O nome é dado aos países que são aliados estratégicos dos EUA (Major Non-Nato Ally).

O status dá ao Brasil o direito de tornar-se comprador preferencial de equipamentos e tecnologias militares dos Estados Unidos, além de participar de leilões organizados pelo Pentágono. A medida também abre caminho para a colaboração no desenvolvimento de soluções de defesa e o aumento dos intercâmbios militares e  a realização de manobras conjuntas entre as Forças Armadas dos dois países.

Recentemente, o colunista da BandNews TV, Jamil Chade, revelou que o Brasil tentou se aproximar da Otan com objetivo de se aproximar do Centro de Excelência em Cooperação em Ciberdefesa. O Ministério da Defesa tem interesse no assunto.

A Rússia não gostou do status brasileiro, e até buscou uma reunião com o Itamaraty para explicar os motivos pelos quais a decisão brasileira não seria bem vista em Moscou. 

A Colômbia é o único "parceiro global" da Otan na América Latina. Os "parceiros globais" podem contribuir com as operações e missões da aliança, com base em um programa individual.

Vídeo: Ucranianos que vivem no Brasil estão apreensivos com a guerra

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