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Rússia x Ucrânia: Veja imagens da guerra 1/65
A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) está no centro da guerra entre Rússia e Ucrânia, iniciada nesta semana. Então é fundamental entender o que é essa aliança militar para compreender o conflito no leste europeu.
O que é a Otan?
A Otan é uma aliança militar entre países da América do Norte e da Europa criada em 1949, no começo da Guerra Fria. O objetivo era que os países membros tivessem um mecanismo de defesa coletivo se fossem atacados, além de proteger a Europa Ocidental da expansão do comunismo e da própria União Soviética.
Ao longo do tempo, a Otan passou por transformações, e continuou existindo mesmo depois do fim da Guerra Fria. A organização participou de grandes conflitos, inclusive no Leste Europeu. Também esteve na Guerra do Afeganistão (2001) e em missões no Iraque (2003-2011), por exemplo.
A Otan não possui um Exército próprio –ela é formada pelos contingentes militares de seus integrantes.
Vídeo: Ucrânia e Rússia têm exércitos desiguais
Quem faz parte da Otan?
Os países fundadores da Otan são Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos (Holanda), Portugal e Reino Unido.
Atualmente 30 países fazem parte da aliança militar, entre eles algumas ex-repúblicas soviéticas. Hoje, completam a aliança a Albânia, Alemanha, Bulgária, República Checa, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Grécia, Hungria, Letônia, Lituânia, Macedônia do Norte, Montenegro, Polônia, Romênia e Turquia.
Entre as regras da Otan está a de que qualquer país europeu que atenda aos critérios de adesão pode fazer parte do grupo. A aliança atlântica reconhece que Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Macedônia e Ucrânia são países aspirantes, ou seja, que pretendem fazer parte da aliança e poderiam receber algum apoio. Mas, nesse caso, não há obrigação de ajuda por parte dos membros.
O Kremlin é contra a Otan desde os tempos da Guerra Fria. O presidente russo, Vladimir Putin, quer mantê-la afastada do território, pois teme que a aliança coloque bases de lançamento de mísseis próximas da Rússia. Com a expansão da Otan no Leste Europeu, a tensão aumentou na região.
Por que a Ucrânia quer fazer parte da Otan?
A Ucrânia é a maior ex-república soviética na Europa, e desperta o interesse da aliança atlântica desde o fim da URSS. A Rússia quer controlar regiões da Ucrânia que estão na sua fronteira direta e possuem forte identidade russa – Putin chegou a afirmar que a Ucrânia nem deveria existir, considerando os laços históricos que unem os dois Estados.
Em 2008, quando autoridades da Otan sugeriram a entrada da Ucrânia, uma linha foi cruzada para Putin, já que o país era considerado área de influência russa.
Após a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014, o atual governo da Ucrânia entendeu que precisava do apoio da Otan para garantir a sua segurança. O governo ucraniano hoje está entre os cinco países que mais recebem recursos financeiros dos EUA para investimentos militares –a União Europeia também dá apoio financeiro ao país.
Putin quer garantias de que a Ucrânia jamais fará parte da Otan –e eventualmente da União Europeia–, cobrando uma posição de neutralidade ucraniana enquanto almeja trazer o antigo aliado de volta para a esfera de influência do Kremlin.
Qual é a relação do Brasil com a Otan?
Durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o Brasil passou a buscar uma posição com país aliado preferencial extra-Otan. O nome é dado aos países que são aliados estratégicos dos EUA (Major Non-Nato Ally).
O status dá ao Brasil o direito de tornar-se comprador preferencial de equipamentos e tecnologias militares dos Estados Unidos, além de participar de leilões organizados pelo Pentágono. A medida também abre caminho para a colaboração no desenvolvimento de soluções de defesa e o aumento dos intercâmbios militares e a realização de manobras conjuntas entre as Forças Armadas dos dois países.
Recentemente, o colunista da BandNews TV, Jamil Chade, revelou que o Brasil tentou se aproximar da Otan com objetivo de se aproximar do Centro de Excelência em Cooperação em Ciberdefesa. O Ministério da Defesa tem interesse no assunto.
A Rússia não gostou do status brasileiro, e até buscou uma reunião com o Itamaraty para explicar os motivos pelos quais a decisão brasileira não seria bem vista em Moscou.
A Colômbia é o único "parceiro global" da Otan na América Latina. Os "parceiros globais" podem contribuir com as operações e missões da aliança, com base em um programa individual.