Entenda investigação da ligação entre a Vai-Vai e suposto chefe do PCC

Apontado como liderança da facção nas ruas, Beto Bela Vista teria feito empréstimo de R$ 300 mil para escola em 2022

Da Redação

Vai-Vai criticou a repressão policial em desfile no Anhembi
Carla Carniel/Reuters

A Polícia Civil de São Paulo investiga ligação de ex-diretor financeiro da Vai-Vai, Luiz Roberto Marconde Machado, com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Conhecido como Beto Bela Vista, ele teria emprestado R$300 mil para escola em 2022, depois de deixar a diretoria.  

Na investigação do Departamento de Investigações Criminais (Deic), Beto é apontado como uma das lideranças do PCC fora dos presídios. Solto em 2024, ele ficou preso por 10 anos.

A Vai-Vai confirmou o empréstimo, realizado há 2 anos, e acrescentou que a ação é respaldada pelo estatuto da escola, além de ter sido realizado dentro da lei.  

Desde 2021, a sede da escola fica em terreno que pertencia a Beto e foi comprado por R$ 6,8 milhões. A compra também é alvo de investigação por suspeita de lavagem de dinheiro.

Críticas ao desfile de 2024

  • No Carnaval deste ano, a tradicional escola do bairro do Bixiga, no centro de São Paulo, como tema a cultura hip-hop. 
  • Na avenida, integrantes se apresentaram com chifres e usando escudos do batalhão de choque da PM.
  • O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) emitiu uma nota de repúdio ao desfile.  
  • A entidade afirma que trazer os policiais caracterizados como demônios “tratou com escárnio a figura de agentes da lei".
  • Chamada de “Sobrevivendo no Inferno”, o nome da ala fazia referência à obra do grupo de rap Racionais MCs, assim como o samba-enredo deste ano da Vai-Vai.
  • A categoria espera que a agremiação reconheça que “exagerou e incorreu em erro na ala em questão, e se retrate publicamente”.  
  • "Não estamos falando, afinal, apenas dos policiais, sejam civis ou militares, mas, sobretudo, de uma instituição de Estado que representa e está a serviço de toda a sociedade bandeirante", disse a nota.
  • Com tintas de spray, batidas de DJs e rimas de slam, o Vai-Vai levou um manifesto em preto e branco para a avenida do Sambódromo do Anhembi, com o samba-enredo “Capítulo 4, versículo 3 – Da rua e do povo, o hip hop: um manifesto paulistano”.  
  • O desfile foi uma homenagem à história do hip hop, em celebração aos 50 anos dele, e contou com a participação de Mano Brown e KL Jay. 
  • A escola disse que não teve intenção de promover qualquer tipo de ataque ou provocação aos policiais.
  • O deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) e a deputada estadual Dani Alonso (PL-SP) enviaram ofícios ao Governo do Estado de São Paulo e à Prefeitura da capital pedindo que a Vai-Vai seja impedida de receber recursos desses órgãos públicos no próximo ano.

Tópicos relacionados

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.