CPI da Pandemia tenta identificar quem do governo teria favorecido negociação da Covaxin, diz senador Otto Alencar

Em entrevista à BandNews TV, político discutiu os principais acontecimentos da semana na comissão que investiga o enfrentamento da Covid-19 pelo Governo Federal

Da Redação, com BandNews TV

Após uma importante semana, a CPI da Pandemia se prepara para investigar quais membros do governo teriam favorecido as negociações da vacina indiana Covaxin. O novo rumo na apuração é fruto dos depoimentos dados pelo deputado federal Luis Claudio Miranda e seu irmão, o servidor público Luis Ricardo Miranda. Segundo eles, o Executivo havia sido alertado de um possível esquema de corrupção na compra do imunizante.  

Com as denúncias de ilegalidade, o senador Otto Alencar, titular da CPI, revelou, à BandNews TV, que os próximos passos da comissão incluem investigar os envolvidos na compra da Covaxin. 

“O governo com seus atores, que trabalham sobretudo no Ministério da Saúde, fizeram advocacia administrativa. Não só os que estavam no ministério na época, como também o ex-ministro [Eduardo] Pazuello, o coronel Elcio [Franco], que era o secretário-executivo, e uma figura que trabalhou muito para resolver isso, o chanceler Ernesto Araújo, que mandou vários e-mails e procurou acelerar os entendimentos para que a Anvisa pudesse liberar a vacina [Covaxin]”, justificou. 

Ao citar o ex-chanceler, Alencar faz referência ao telegrama enviado pelo Itamaraty à embaixada brasileira de Nova Délhi, em março, intervindo pelo imunizante dias antes dele ser barrado pela Anvisa. De acordo com ele, também serão convocados membros da estrutura organizacional do Ministério da Saúde: “A partir daí, a CPI vai investigar o tráfico de influência para compra de uma vacina que foi viabilizada para compra em 57 dias.” 

A rapidez no processo de contratação da Covaxin vai contra o que havia sido feito pelo Governo Federal. Outras vacinas, como a Pfizer, por exemplo, demoraram até 330 dias para terem contratos assinados. Com a Coronavac, produção do Instituto Butantan, foram 150 dias além da constante desclassificação do medicamento pelo presidente Jair Bolsonaro. “As outras todas tiveram que ser testadas e aprovadas, mas essa [a Covaxin], não, por quê?”, questionou.  

Na entrevista, o senador parabenizou ainda a atuação dos irmãos Miranda. “Quero destacar a coragem e o compromisso do funcionário público Ricardo Miranda, que não aceitou fazer o pagamento adiantado [da vacina].” As próximas etapas da CPI Pandemia foram enfatizadas por ele: “Novos passos serão dados e novas pessoas serão interrogadas para se chegar na identificação daqueles que quiseram pagar R$ 1,6 bilhão pela vacina mais cara que chegou ao Brasil.” Assista a entrevista completa clicando no vídeo.

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