A CPI da Pandemia ouve nesta quinta-feira Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da empresa Davati Medical Supply.
Dominguetti acusou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo o ex-secretário do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, de ter pedido propina de 1 dólar por dose de vacina.
Segundo o representante da Davati, ele tentava negociar a venda de 400 milhões de doses da AstraZeneca, mas o servidor exigiu o pagamento para fechar negócio e a compra não avançou. O valor da propina seria de 400 milhões de dólares ou R$ 2 bilhões.
Dominguetti afirma que se reuniu com Ferreira em um restaurante de Brasília, fora do ministério.
Élcio Ferreira, o número 2 da gestão Pazuello, teria pedido a exoneração de Roberto Ferreira Dias ainda em 2020 por suspeita de irregularidades na compra de testes de Covid-19, mas a decisão teria sido barrada por políticos do Centrão.
A CPI ouviria Francisco Maximiano, da Precisa Medicamentos, mas ele conseguiu junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para permanecer e os senadores decidiram antecipar o depoimento de Ferreira.
A Precisa foi pivô de suposta irregularidade na importação de vacinas da Covaxin. O escândalo veio à tona depois que o servidor Luis Ricardo Miranda disse ao Ministério Público que sofreu pressão atípica para liberar a importação e afirmou que a nota de importação tinha irregularidade.
O deputado Luis Miranda (DEM-DF), que é irmão do servidor, disse que avisou Bolsonaro sobre as suspeitas em 20 de março.