Ministério da Saúde exonera diretor citado em denúncia de propina por vacina

Roberto Dias foi acusado durante negociação de contrato para compra de 400 milhões de doses

Da Redação, com BandNews TV e BandNews FM

O Ministério da Saúde publicou no Diário Oficial desta quarta-feira (30) a exoneração do diretor de Logística da pasta, Roberto Ferreira Dias. A demissão foi anunciada após a publicação de uma reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”. Nela, um vendedor de vacinas acusa Ferreira Leite de cobrar propina para fechar a compra de doses da AstraZeneca.

A pasta afirma que a decisão foi tomada na manhã desta última terça (29), mas não informa o motivo da exoneração, anunciada somente à noite.

Pouco antes do anúncio, Dias foi citado em acusação de pedido de propina do Ministério em troca de assinatura de contrato para compra de vacinas, segundo reportagem publicada pelo jornal.

A matéria trouxe a entrevista com Luiz Paulo Dominguetti, representante da Davati Medical Supply no Brasil, que afirmou ter recebido de Roberto Dias o pedido de propina de US$ 1 (aproximadamente R$ 5,50) por dose para avançar com as negociações e fechar o contrato.

Os dois se reuniram quando o representante ofereceu ao Ministério da Saúde 400 milhões de doses da vacina Oxford/Astrazeneca a US$ 15,5 no dia 25 de fevereiro, em restaurante de um shopping de Brasília, com um “militar do Exército” e um empresário. Dominguetti disse ter recusado a oferta.

Ainda segundo a “Folha”, Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo deputado Ricardo Barros (PP-PR), na gestão de Luiz Henrique Mandetta, em janeiro de 2019. O parlamentar negou a indicação em nota à imprensa.

“Em relação à matéria da Folha de São Paulo, reitero que a nomeação de Roberto Ferreira Dias no Ministério da Saúde ocorreu no início da atual gestão presidencial, em 2019, quando eu não estava alinhado ao governo. Repito a informação que já disse à imprensa: não é minha indicação. Desconheço totalmente a denúncia da Davati", justificou.

Luis Miranda: Barros foi citado por Bolsonaro sobre suspeitas da Covaxin

De acordo com o deputado Luis Miranda, a conversa com o presidente aconteceu no dia 20 de março, no Palácio da Alvorada. 

Mais cedo, nesta terça, o Ministério da Saúde havia decidido suspender temporariamente o contrato de compra da Covaxin após as denúncias feitas por Miranda e seu irmão, Luis Ricardo Miranda, que é chefe da divisão de importação da pasta.

Segundo uma nota do Ministério da Saúde, a análise preliminar da "CGU não viu irregularidades no contrato, mas, por compliance, a pasta optou por suspender o contrato para análise aprofundada".

Diretor da Davati será convocado para depor na CPI da Pandemia

Presidente da CPI da Covid no Senado, que investiga ações e possíveis omissões do governo federal no combate à pandemia, o senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que Luiz Paulo Dominguetti, da Davati Medical Supply, será convocado para prestar depoimento sobre as acusações contra Roberto Dias na próxima sexta (2).

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