Anvisa cita problema em estudo para justificar veto à CoronaVac para menores

Segundo Gustavo Mendes, gerente de medicamentos da agência, vacina deve ser reavaliada caso novos dados sejam apresentados

Da Redação, com BandNews FM

O gerente de medicamentos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Gustavo Mendes, afirmou nesta quinta-feira (18) em entrevista à BandNews FM que o rigor na aprovação de vacinas contra o novo coronavírus é o mesmo para todos os laboratórios e que os dados apresentados até o momento não são suficientes para liberar a CoronaVac para menores de idade.

“O que é necessário para a gente aprovar uma vacina é que sejam estudos que tenham uma amostragem científica suficiente para a gente ter certeza de que são seguras e eficazes as vacinas nessa população”, explicou, em conversa com a âncora da BandNews FM Carla Bigatto no Station BandNews.

Mendes aponta que a China já está vacinando crianças e é possível que o Instituto Butantan tenha dados que não apresentou. Caso esses dados sejam entregues será feita uma reavaliação.

“O Butantan apresentou um estudo feito na China que tem mais ou menos 500 pessoas, e nesse estudo com crianças de 3 a 17 anos, a gente não viu informações e dados que trazem essa segurança. O que seriam essas informações e dados? A gente precisa saber quais são as reações adversas que essa vacina pode causar nas crianças. Essa vacina traz uma proteção? Essas perguntas ficaram em aberto. É por isso que, no momento, com os dados que a gente tem, a gente não consegue autorizar”, frisou.

O gerente-geral de medicamento da agência disse que a Janssen protocolou estudos para avaliar a eficácia da vacina de dose única em crianças, mas disse que não é possível assegurar um prazo para a análise do pedido. Segundo ele, os estudos precisam ser feitos e os dados apresentados para a Anvisa.

“Inicialmente, eles (Janssen) tinham colocado de recém-nascidos a 17 anos, mas depois eles mudaram a estratégia e, aqui no Brasil, eles vão realizar um estudo acima de 12 anos”, anunciou.

Sobre a aprovação de novos imunizantes, o servidor disse que a Anvisa acompanha de perto o desenvolvimento de novas vacinas e novas tecnologias. Gustavo Mendes disse que o trabalho na agência é técnico e negou interferência política.

“Havia sim, uma desconfiança sobre interferência política. Talvez a Anvisa não fosse ou não estivesse sendo tão transparente. A partir do momento em que a gente começou a explicar, começou a mostrar quais são os procedimentos regulatórios (...), isso passou a mudar. Essa nova fase veio”, afirmou.

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