A expectativa é que a Procuradoria Geral da República (PGR) envie a denúncia ao Supremo - contra Bolsonaro, o ajudante de ordens Mauro Cid e mais 15 pessoas - respondendo ao indiciamento da Polícia Federal sobre a fraude nos cartões de vacina.
Há ainda outros indiciamentos à vista: o caso daquelas joias, presentes da Arábia Saudita e, o mais grave, sobre o plano de golpe. Ou "a tentativa de golpe de Estado", como relata a Polícia Federal, que vê conexão com o caso da vacina. Vamos ver.
Os depoimentos recentes dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica trouxeram mais conteúdo para o inquérito. Mas, se ficou claro para os investigadores da PF a tentativa de golpe, isso não significa que a nossa democracia esteve, de fato, tão perto dessa tragédia.
O próprio comportamento dos comandantes na época, somada à posição dos generais do Alto Comando, entre outras evidências, mostra que a legalidade estava bem defendida. E que um golpe - articulado e trabalhado, como comprovam as investigações avançadas da PF - não teria condições objetivas e reais de sucesso.
Essa avaliação - que pode até ser discutida e será - é a mesma do atual comandante do Exército, general Tomás Paiva, que disse: "Esse golpe seria inexequível". Mas nada disso significa que a eterna vigilância - expressão importante na nossa história - não seja necessária. E não continue necessária.