Coldplay transporta 70 mil pessoas para ‘universo paralelo’ em São Paulo

Experiência contou com hits como ‘Viva La Vida’ e ‘Paradise’; teve dueto com fã, show de luzes com as famosas pulseiras e até participação do Seu Jorge

Por Karina Crisanto

Coldplay fez primeira apresentação em São Paulo nesta sexta (10)
Reprodução/Instagram/annaleemedia

Quem esteve presente no primeiro show da turnê "Music Of The Spheres World Tour" da banda Coldplay em solo brasileiro não ficou surpreso e extasiado com a magia das luzes e pirotecnia? Honestamente, fica difícil definir o que foi e é o espetáculo apresentado pelo grupo em São Paulo na sexta-feira (10).

A enorme estrutura que foi montada no gramado do Estádio do Morumbi impressiona ao pisar no local do show, porém, logo no primeiro acorde de "Higher Power", música que abre os trabalhos dos britânicos, o encanto começa. Chuva de papel picado, muita luz de led e as famosas pulseiras brilhantes são um evento à parte. 

A excelente "Adventure of a Lifetime" foi a segunda música na setlist da banda e entreteve o público de mais de 70 mil pessoas com enormes balões, que passaram de mão em mão. Na sequência veio a chuva de grandes hits da história do grupo, a plateia foi à loucura com "Paradise", "The Scientist" e "Viva La Vida".

"Me desculpe pelo meu português, é terrível, mas estou tão feliz por estar aqui. Obrigado pelo esforço de estar aqui hoje, mesmo com a chuva, com o trânsito e todos os outros problemas. Gratidão, gratidão!", diz o vocalista Chris Martin, falando com o público em português. 

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A chuva que caiu em São Paulo, citada por Chris, fez a cidade entrar até em estado de atenção, mas deu uma trégua minutos antes do Coldplay entrar no palco. A sensação é de que a alma de todos presentes no Morumbi fossem lavadas para que, logo na sequência, só pudesse existir um ‘universo’ fora da órbita, de luz, de felicidade e tudo que só Martin, Will Champion (baterista), Guy Berryman (baixista) e Jonny Buckland (guitarrista) podem proporcionar com o show a parte da plateia paulista. Foi histórico.

É preciso ressaltar o quanto a canção "Let Somebody Go", colaboração do Coldplay com a cantora Selena Gomez, para o álbum que dá nome a turnê, é especial. Quando essa música é tocada para o público, o grupo sempre convida alguém do país para dividir o dueto. Nos primeiros acordes da música a pergunta que todos ali presentes faziam era: "Ele vai cantar sozinho? Quem vai cantar com ele?" E para a surpresa do público, Martin escolheu uma fã. Anália foi a escolhida para cantar a balada ao lado do vocalista. Para a maioria do público, este foi um dos momentos mais tocantes de toda a primeira apresentação em solo paulista. Veja:

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Tópico sensível para os amantes de "Sparks" e "In My Place". Quem viu, sentiu e ouviu o Coldplay cantar essas duas obras para um Morumbi lotado, foi muito feliz, a sensação é surreal. 

Yellow

O que falar de ‘Yellow’? Uma das maiores músicas da história da banda levou o público a emoções e a loucura logo no primeiro acorde. "Look at the stars, look how they shine for you and everything you do, they were all yellow", foi nessa frase que quem estava presente no estádio do Morumbi não conseguiu segurar a emoção. 

O público de 70 mil pessoas cantou a plenos pulmões o hit embalado por Martin e o show de luzes das pulseiras que, sim, faz uma diferença expressiva, não só para os membros do grupo, mas para todos que observam aquele momento e ficam maravilhados com tudo que Coldplay proporciona para seu público. 

"Ela é Amiga da Minha Mulher" 

O público foi à loucura quando Chris Martin anunciou Seu Jorge e o cantor brasileiro apareceu para fazer uma participação no show dos britânicos. 

Ele cantou "Ela é Amiga da Minha Mulher" tocando flauta ao lado dos membros da banda em um dos três palcos montados na pista do Morumbi. O estádio inteiro cantou um dos grandes sucessos da carreira de Seu Jorge e, claro, Martin não ficaria de fora e deu uma palinha em português. E, de novo, ali fizeram história. 

Chris é brincalhão assim mesmo 

Um dos sucessos mais recentes do Coldplay é a colaboração dos britânicos com o grupo de k-pop BTS, "My Universe" foi, sem dúvida, uma das músicas que as 70 mil pessoas mais cantaram alto. 

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Agora vem uma das partes mais incríveis do show. Na sequência de "My Universe", a banda tocou uma das canções mais aguardadas pelo público, certamente, "A Sky Full of Stars" no primeiro verso da música levou os fãs à loucura e quando as pessoas estavam prontas para explodir com o refrão do ato, Chris interrompeu a música. 

"Vocês são fantásticos. Tivemos uma pequena reunião nós quatro agora e dissemos: 'Acho que podemos fazer um pouquinho mais alto todos juntos'. Então é isso que vamos tentar fazer", disse Martin. "Vamos fazer de novo, mais uma vez, ok? Vamos fazer de novo, mas desta vez eu peço a vocês apenas por uma música, só uma música: sem celular, sem câmera, sem eletrônicos", completou o vocalista misturando o inglês e o português pedindo aos fãs que deixassem as duas mãos para o alto. Foi sensacional!

Outros hits

O "Music Of Spheres" é um ótimo álbum com grandes canções, "Human Heart" com seu arranjo suave embalou o público e emocionou com o show de luzes das pulseiras. Em partes do Morumbi era visível o formato de corações. 

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Chega a ser redundante falar do Coldplay enquanto banda e competência naquilo que eles sabem fazer de melhor: grandes canções. Só que é preciso falar do cuidado que os britânicos têm com a experiência que querem proporcionar para o público. Eles prometem te teletransportar para outro planeta, outro universo e cumprem com maestria.

"People Of The Pride" e a grande "Clocks" foram um show à parte. Na sequência, os integrantes dançaram de forma desengonçada, que já é marca deles e música em linguagem de sinais com "Something Just Like This".

"Humankind" veio para embalar o público já no final do show. "I know, I know, I know", no refrão da música, foi exaltada com maestria pela energia de Martin, show das pulseiras e fogos e mais fogos que deram um toque ainda mais especial para o espetáculo diante dos olhos. 

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O show já estava se encerrando e nada de "Fix You", mas claro que essa, em especial, não ficaria de fora e valeu a espera. Para encerrar, a linda "Biutyful" com a mensagem poderosa, que levou os coldplayers para "o topo do mundo", fazendo jus ao trecho da música. 

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E as pulseiras do show?

O mar de luzes graças às pulseiras que veio à tona para o público geral no show do "Rock In Rio" do ano passado realmente é um espetáculo à parte. É incrível olhar para todos os cantos do estádio e ver tudo iluminado de acordo com cada batida de música. Mas a pirotecnia que teve em vários momentos no palco, os fogos sincronizados com as músicas, o show de led e a chuva de papel picado, se une às pulseiras para compor o espetáculo. 

O Coldplay apresentou um show na primeira apresentação solo no Brasil desde 2017 e ainda poderá ser visto por mais 10 shows divididos em três cidades brasileiras (São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro). 

O fato é: a espera valeu a pena e quem gosta de uma boa música e um bom show merece viver a experiência Coldplay ao menos uma vez na vida e sair do estádio com a verdadeira sensação de renovação interior que Chris, Will, Guy e Jonny proporcionam. 

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