Chanceler alemão ameaça fazer "reações duras" se Rússia atacar a Ucrânia

Alemanha cogita abrir sanções imediatas, mas os russos dizem que não preparam ataque

Da Redação, com Agência Brasil

Olaf Scholz é o sucessor de Merkel
Foto: Reprodução

O chanceler alemão, Olaf Scholz, ameaçou fazer sanções imediatas e reações duras contra a Rússia. Isso acontecerá se os russos invadirem a Ucrânia. Scholz deve se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta semana.  

"Um ataque militar contra a Ucrânia que ponha em risco sua integridade territorial e soberania resultará em duras reações e sanções que preparamos cuidadosamente e que podemos colocar em vigor imediatamente, junto com nossos aliados na Europa e na Otan", disse Scholz em breves comentários a repórteres.

Scholz viajará para a Ucrânia, nesta segunda-feira (14), para se encontrar com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy. Na sequência ele deve ir para Moscou. Tudo faz parte dos esforços diplomáticos da Alemanha para aliviar as tensões na Europa.

Os Estados Unidos disseram que os militares russos, que têm mais de 100 mil soldados concentrados perto da Ucrânia, podem invadir a qualquer momento. A Rússia nega ter tais planos e diz que suas ações são uma resposta à agressão dos países da Otan.

Putin não indica preparar invasão à Ucrânia

Em uma ligação telefônica com o presidente francês Emmanuel Macron, o presidente russo, Vladimir Putin, não deu nenhuma indicação de que estaria se preparando para invadir a Ucrânia.

Neste sábado, em um momento de alta tensão, os dois líderes falaram sobre a concentração de tropas russas perto da fronteira ucraniana, com Washington dizendo na sexta-feira (11) que Moscou pode invadir o país qualquer momento. A Rússia negou que planeje invadir a Ucrânia.

"Não vemos nenhuma indicação no que o presidente Putin diz [de] que vai partir para a ofensiva", disse a autoridade a repórteres depois que Macron e Putin falaram ao telefone por quase 90 minutos. "No entanto, estamos extremamente vigilantes e alertas à postura russa (militar) para evitar o pior", acrescentou.

Separadamente, o Kremlin disse que Putin destacou, durante a ligação com Macron, a "falta de uma resposta substantiva dos Estados Unidos e da Otan [Tratado do Atlântico Norte] a iniciativas russas conhecidas". Isso se referia a uma série de exigências de segurança russas, incluindo a de impedir a Ucrânia de ingressar na Otan.

Putin e Macron também discutiram a situação relacionada a "especulações provocativas" em torno de uma invasão russa supostamente planejada, disse o Kremlin.

O funcionário do Eliseu disse que seu governo recomendou que os cidadãos franceses evitem viagens à Ucrânia e que os preparativos sejam feitos para que funcionários da embaixada e suas famílias deixem o país, se quiserem. O embaixador revisará a situação dos cerca de mil cidadãos franceses no país, muitos dos quais têm tambêm cidadania ucraniana, disse o funcionário do Eliseu.

Os Estados Unidos e muitos outros países pediram que seus cidadãos deixem a Ucrânia em meio a temores de uma invasão.

Macron visitou Moscou no início da semana passada e, na ligação feita ontem, discutiu com Putin formas para avançar na implementação dos Acordos de Minsk para alcançar a paz no leste da Ucrânia, bem como condições de segurança e estabilidade na Europa, informou o Eliseu em comunicado à parte.

Neste sábado, Macron também conversou com o chanceler alemão, Olaf Scholz, bem como com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, e deverá conversar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Na ligação com Zelenskiy, Macron reafirmou o apoio da França à soberania e integridade territorial da Ucrânia, disse o Eliseu.

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