MPT abre inquérito para investigar relação trabalhista de Moïse com quiosque

Órgão vai apurar se houve "trabalho em condições análogas à de escravo"

da Redação

Congolês Moïse Kabamgabe foi agredido e morto em quiosque no Rio de Janeiro
Reprodução

O Ministério Público do Trabalho no Rio de Janeiro (MPT-RJ) instaurou um inquérito civil para apurar a morte de Moïse Kabamgabe, refugiado congolês espancado até a morte no quiosque Tropicália, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Segundo o MPT, a investigação vai analisar a relação trabalhista entre as partes. “A denúncia aponta para o possível trabalho sem o reconhecimento de direitos trabalhistas, podendo configurar, inclusive, trabalho em condições análogas à de escravo, na modalidade trabalho forçado, de xenofobia e de racismo”, explicou, em comunicado. 

O inquérito corre em paralelo com as investigações criminais feitas pelos demais órgãos competentes.

Como foi o crime?

Segundo o depoimento de familiares e amigos, Moïse saiu de casa na noite de 24 de janeiro, dizendo que iria até o quiosque Tropicália, próximo ao Posto 8, na praia da Barra da Tijuca, para cobrar R$ 200 de pagamentos atrasados de duas diárias. O jovem também costumava dizer que estava cansado de “brincadeiras” que eram feitas com ele no serviço. 

As câmeras de segurança do próprio quiosque mostram um grupo de ao menos cinco pessoas atacando o congolês com socos, chutes e pedaços de madeira. Em determinado momento, ele foi imobilizado. Ainda assim, seguiu sendo agredido por mais cinco minutos, aproximadamente.

Vídeo: Grupo protesta contra morte de Moïse

Três suspeitos foram presos e tiveram a prisão temporária decretada por cinco dias. São eles: Fábio Pirineus da Silva, o Belo; Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o Dezenove; e Brendon Alexander Luz da Silva, o Totta. 

A reportagem da BandNews FM teve acesso aos depoimentos

Todos foram transferidos para o presídio de Benfica, na zona norte.

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