Sem dinheiro, brasileiro troca a carne pelo ovo no mercado

Da Redação, com Brasil Urgente

Ir ao supermercado se tornou um desafio para o brasileiro. “Um absurdo completo. Eu sou professora, da rede pública, meu salário não tem reajuste há anos. Como é que nós vamos nos alimentar?", questiona uma cliente. No carrinho da professora, duas batatas e uma bandeja de carne.

Raimundo Tadeu Ruiz é aposentado e diz que o benefício não acompanha o reajuste nos preços. “Como é que pode o saco de arroz [custar] R$ 28? Não dá. A gente tem que pesquisar bastante e tem coisas que não dá nem para levar para casa", afirma. Para o idoso, as contas não fecham.

“Simplesmente, as coisas subindo todo o dia. E o nosso salário, nada. Então, só no nosso? Tem que rever isso daí. Não dá não. Está difícil”, afirmou o aposentado em entrevista para a repórter Carla Ramil do Brasil Urgente

O preço do arroz tem sido um dos grandes vilões no aumento dos alimentos, mas em uma ida ao supermercado no Butantã, zona oeste de São Paulo, foi possível encontrar cinco quilos do grão na promoção, por R$ 19,90, com poucas unidades. As outras marcas seguem R$ 29,90.

O pintor Abdias Santana preferiu levar o ovo ao invés da carne, a vilã dos preços altos. “As coisas estão todas caras. Só não está ‘caro’ o salário. Esse não sobe", diz. Para dona Augusta Martins, a ida ao mercado é estratégica. Ela aproveita os dias de promoção e assim tenta economizar. “Tem o dia da oferta, que a carne está mais barata. Que já não é tão promoção. Mas se for no dia normal, é pior”, afirma a aposentada.

A designer de interiores Josélia Santos foi com a mãe ao supermercado e se surpreendeu com a alta dos preços. “Antigamente você ia ao mercado com a sua lista e você adicionava algumas coisas a mais. Hoje não dá para acrescentar. A gente está tirando coisas da lista. O que é supérfluo, a gente não está comprando”, disse.

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