Alquimia fecha na quarentena e donos sonham em reabri-lo no interior de SP: “Ressurgir das cinzas”

Flavia Bezerra

Alquimia fecha na quarentena e donos sonham em reabri-lo no interior de SP: “Ressurgir das cinzas” Divulgação/Band
Alquimia fecha na quarentena e donos sonham em reabri-lo no interior de SP: “Ressurgir das cinzas”
Divulgação/Band

A pandemia do coronavírus fechou mais de 50 mil* restaurantes no estado de São Paulo e o Alquimia, participante da segunda temporada de Pesadelo na Cozinha, que reprisa nesta terça-feira, às 22h45 na Band, entrou para a conta. O casal Carmen e Stefane trancou as portas do estabelecimento localizado no bairro da Barra Funda, em São Paulo, em 20 de março do ano passado, na esperança de voltar a funcionar em breve, mas nunca mais puderam abri-las.

Em entrevista exclusiva ao Band.com, Carmen contou os planos do casal – que inclui reabrir o Alquimia no interior de São Paulo, em um esquema com pousada – e deu detalhes sobre o perrengue do início da pandemia, que chegou logo após o restaurante atingir um fim de semana de lotação máxima, no Carnaval de 2020. “Tentamos trabalhar com delivery, mas tive medo, não quis correr o risco de deixar meus funcionários suscetíveis à pegarem o Covid. A gente optou, então, por ficar fechado e assim ficamos: esperando para ver o que ia acontecer”, relembrou. Mas, o fim do ano foi chegando e, infelizmente, não trouxe o fim da pandemia. “Entregamos o ponto em agosto, guardei todas as decorações e todas as coisas que ganhei do programa, e comecei a pensar no plano b.”


O plano B
Ao mesmo tempo em que Carmen fazia encomendas para clientes próximos (“Não trabalho com delivery, fechei a rotisseria antes mesmo da pandemia, mas tenho clientes para quem faço encomendas; o picadinho do chef e a costela barbecue são os preferidos deles”), o casal saiu pelo interior do estado à procura do local perfeito para a nova versão do Alquimia.  “Já visitei lugares em um perímetro máximo de 90 km da capital. A ideia é receber clientes tanto para passar um dia – em que possam chegar, ter um lugar para descansarem, almoçarem, tomarem um lanche à tarde e seguirem viagem –, quanto para pernoitar e passar todo fim de semana. Olhamos em Piracaia, Itapecerica da Serra, Itu, Juquitiba, Bragança Paulista, São José dos Campos...”, revelou ela. “Cada sítio que olho tenho o cuidado de observar os possíveis locais onde vou colocar as coisas que ganhei do programa, cada item de decoração, o avental que o Jacquin me deu e eu emoldurei... não quero mudar nada. As receitas serão mantidas, assim como o nome.”

A ideia do casal era executar o novo modelo de negócio já no comecinho deste ano, mas com a segunda onda e os decretos de fechamento, tudo ficou novamente em stand-by. “Tudo ainda está fora do lugar, financeiramente e estruturalmente. As meninas estão espalhadas por aí. A Jô está na Bahia, a Carol está trabalhando numa pizzaria... fomos pegos de surpresa, então tenho débitos com elas. Mas, são meninas maravilhosas e estão todas esperando para ver o que vai acontecer.”


Com o fechamento do restaurante, o casal não pôde manter o salário dos funcionários. “É muito triste. São pessoas com quem eu tenho pendências, mas estão segurando a onda, trabalhando em outros lugares e esperando meu contato”, disse. 

Apesar das incertezas, uma coisa se manteve intacta: o casamento de 23 anos de Carmen e Stefane. Segundo a cozinheira, o inglês anda apreensivo, mas se anima quando sai pela cidade e é reconhecido. “Não tem uma vez em que ele não saia na rua e não seja parado por algum fã do programa. No fim do ano, estávamos no Mercado da Cantareira e veio um pessoal do Rio de Janeiro, que passeava por SP, falar com a gente sobre o Pesadelo. Em São José dos Campos, saindo da imobiliária onde fomos ver o sítio, um grupo nos abordou”, disse. “São essas coisas que nos dão esperança. Temos o sonho no coração e nas mãos o que ganhamos da Band. O programa nos projetou e, agora, vamos recomeçar.”

*Dados da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes).