Duas crianças com o mesmo nome, vítimas da tragédia de Petrópolis, tiveram os corpos trocados. Uma família percebeu o erro no último momento, quase na hora do enterro.
A família esperava pelo corpo de Helena de Carvalho, de 1 ano, soterrada no deslizamento no Morro da Oficina. O corpo da criança foi reconhecido no IML. Mas ao abrir o caixão, os familiares se depararam com outra Helena, de 2 anos, que morreu no Morro do Caxambu.
Para resolver o problema, o corpo da menina de 2 anos que estava na funerária teve que voltar ao Instituto Médico Legal. Os familiares da garotinha de 1 ano ficara sem respostas.
Demora para liberação de corpos no IML
Pelo menos 110 corpos foram levados para o IML em um intervalo de 48 horas. Durante a última quinta-feira (17), muitos moradores precisaram aguardar, em pé e debaixo de sol, para conseguir informações sobre a identificação de parentes e amigos. Agentes da Secretaria Estadual de Vitimados anunciavam os nomes dos mortos em voz alta com frequência.
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Chuva provoca alagamentos e deslizamentos em Petrópolis (RJ) 1/19
Algumas pessoas esperavam a liberação dos corpos desde quarta-feira (16). É o caso da Queila Teixeira, que perdeu o cunhado em um dos pontos de deslizamento. Ela classifica a espera como um prolongamento do sofrimento.
Uma força-tarefa, com a participação de agentes de diferentes órgãos, foi montada no IML para acelerar o processo. Dois caminhões frigoríficos são usados para a preservação dos corpos. Um gerador deve garantir a continuidade das ações mesmo em caso de falta de energia.
Cerca de 200 policiais civis foram mobilizados para agilizar a perícia e reforçar o policiamento na cidade. O grupo inclui peritos legistas e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia, servidores de cartório e de diversas delegacias da Região Serrana.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro montou uma unidade móvel com defensores e servidores com o objetivo de acolher e orientar os moradores.
O Ministério Público do Rio também deu início a um cadastro de pessoas desaparecidas. Com os nomes e as características físicas no banco de dados, as informações são cruzadas com bases de outros órgãos.
Juízes de Petrópolis também fazem um mutirão para organização dos documentos necessários para o processo de identificação das vítimas. O juiz Alexandre Teixeira de Souza, que acompanha os trabalhos, compara a situação de Petrópolis a um cenário de guerra.
Para aliviar o momento de dor, voluntários se mobilizam para levar água e comida aos parentes das vitimas no IML. Um deles é o motoboy Mateus Thomaz.
Para respeitar a programação das famílias, a Prefeitura de Petrópolis optou por não realizar enterros coletivos.