Petrópolis: IML troca corpo de criança e família descobre ao abrir caixão

Família percebeu o erro no último momento, quase na hora do enterro

Por Cesar Cavalcante

Petrópolis: IML troca corpo de criança e família descobre ao abrir caixão
Reprodução

Duas crianças com o mesmo nome, vítimas da tragédia de Petrópolis, tiveram os corpos trocados. Uma família percebeu o erro no último momento, quase na hora do enterro.

A família esperava pelo corpo de Helena de Carvalho, de 1 ano, soterrada no deslizamento no Morro da Oficina. O corpo da criança foi reconhecido no IML. Mas ao abrir o caixão, os familiares se depararam com outra Helena, de 2 anos, que morreu no Morro do Caxambu.

Para resolver o problema, o corpo da menina de 2 anos que estava na funerária teve que voltar ao Instituto Médico Legal. Os familiares da garotinha de 1 ano ficara sem respostas. 

Demora para liberação de corpos no IML 

Pelo menos 110 corpos foram levados para o IML em um intervalo de 48 horas. Durante a última quinta-feira (17), muitos moradores precisaram aguardar, em pé e debaixo de sol, para conseguir informações sobre a identificação de parentes e amigos. Agentes da Secretaria Estadual de Vitimados anunciavam os nomes dos mortos em voz alta com frequência.

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Chuva provoca alagamentos e deslizamentos em Petrópolis (RJ)
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Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro REUTERS/Ricardo Moraes
Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro REUTERS/Ricardo Moraes
Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro REUTERS/Ricardo Moraes
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Deslizamento no Morro da Oficina, em Petrópolis (RJ)REUTERS/Ricardo Moraes
Deslizamento no Morro da Oficina, em Petrópolis (RJ)REUTERS/Ricardo Moraes
Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro Reprodução
Deslizamento no Morro da Oficina, em Petrópolis (RJ)REUTERS/Ricardo Moraes
Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro REUTERS/Ricardo Moraes
Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro REUTERS/Ricardo Moraes
Deslizamento no Morro da Oficina, em Petrópolis (RJ)REUTERS/Ricardo Moraes
Deslizamento no Morro da Oficina, em Petrópolis (RJ)REUTERS/Ricardo Moraes
Deslizamento no Morro da Oficina, em Petrópolis (RJ)REUTERS/Ricardo Moraes
Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro REUTERS/Ricardo Moraes
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Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro Reprodução
Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro Reprodução
Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro Reprodução
Temporal causou estragos na região serrana do Rio de Janeiro Reprodução

Algumas pessoas esperavam a liberação dos corpos desde quarta-feira (16). É o caso da Queila Teixeira, que perdeu o cunhado em um dos pontos de deslizamento. Ela classifica a espera como um prolongamento do sofrimento.

Uma força-tarefa, com a participação de agentes de diferentes órgãos, foi montada no IML para acelerar o processo. Dois caminhões frigoríficos são usados para a preservação dos corpos. Um gerador deve garantir a continuidade das ações mesmo em caso de falta de energia.

Cerca de 200 policiais civis foram mobilizados para agilizar a perícia e reforçar o policiamento na cidade. O grupo inclui peritos legistas e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia, servidores de cartório e de diversas delegacias da Região Serrana.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro montou uma unidade móvel com defensores e servidores com o objetivo de acolher e orientar os moradores.

O Ministério Público do Rio também deu início a um cadastro de pessoas desaparecidas. Com os nomes e as características físicas no banco de dados, as informações são cruzadas com bases de outros órgãos.

Juízes de Petrópolis também fazem um mutirão para organização dos documentos necessários para o processo de identificação das vítimas. O juiz Alexandre Teixeira de Souza, que acompanha os trabalhos, compara a situação de Petrópolis a um cenário de guerra.

Para aliviar o momento de dor, voluntários se mobilizam para levar água e comida aos parentes das vitimas no IML. Um deles é o motoboy Mateus Thomaz.  

Para respeitar a programação das famílias, a Prefeitura de Petrópolis optou por não realizar enterros coletivos. 

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