Jornalista e modelo, Lygia Fazio morre aos 40 anos após sofrer AVC

Lygia Fazio se recuperava de procedimentos para a remoção de silicone industrial injetado no corpo para fins estéticos

Júlia Sarmento

Jornalista e modelo Lygia Fazio morreu aos 40 anos
Reprodução/redes sociais

A jornalista e modelo Lygia Fazio morreu, aos 40 anos, na última quarta-feira (31), segundo informou a família. Nas últimas semanas, ela teve um acidente vascular cerebral (AVC) em decorrência de problemas causados pela aplicação de silicone industrial para fins estéticos, o que é proibido.

A informação foi confirmada por George Ricardo, irmão da Lygia, em fala à imprensa nesta manhã. Segundo o jovem, em meados de 2013 e 2014, ela procurou um “profissional renomado” que aplicou o silicone PMMA (polimetilmetacrilato), mas se recusou a fazer mais procedimentos a pedido da própria modelo.

“A informação que tenho é que ela fez um procedimento oficial com um médico conceituado. O médico fez tudo certinho e ele mesmo falou: ‘Não vou aplicar mais’. Ela queria mais e mais, a busca pela beleza, perfeição, o que ela queria”, disse George.

Em outro momento da entrevista, ele informou que a irmã, não contente com a recusa do médico, procurou um “profissional clandestino” para fazer o mesmo procedimento estético, a aplicação do PMMA nas nádegas. Após o processo, os glúteos incharam e ela sentia dor.

Ela não contente, ela procurou um profissional que não era credenciado, que eu não sei qual era a profissão, o que ele faz, mas exames laboratoriais informaram que ele aplicou silicone industrial nela. Tudo isso gerou uma inflamação enorme no corpo dela, o que acabou ocasionando, anos depois, esse AVC

No final de 2021, após seguidos problemas de saúde, inclusive nos rins, causados pelo silicone industrial, Lygia ficou internada por cerca de 100 dias. Nesse período, passou por cirurgias para remover o material do corpo.

“Pelos exames, ele [profissional clandestino] não aplicou o PMMA, que era o que acreditava que estava aplicando, mas sim o silicone industrial, que é um produto impossível de ser usado”, informou George.

AVC em maio

Após a cirurgia, Lygia chegou a se recuperar bem, mas, em meados de maio, sofreu o AVC, o que a fez ser levada para uma unidade de terapia intensiva (UTI). Nas semanas seguintes, apresentou melhoras. Mesmo assim, não resistiu.

O velório da Lygia ocorre nesta quarta-feira (1º), em Taboão da Serra, no Cemitério Valle dos Reis. Nas redes sociais, amigos e parentes prestaram homenagens.

O PMMA

O PMMA é um tipo de acrílico moído e transformado em micropartículas. Após esse processo, um gel é adicionado para ser usado com preenchimentos no corpo. Apesar de, inicialmente, apresentar bons resultados, o produto pode culminar em danos à saúde do paciente.

O corpo pode rejeitar o material, por se tratar de algo estranho, além das possíveis reações alérgicas. Em muitos casos, a remoção do PMMA é de forma agressiva e pode provocar estragos.

Silicone industrial

No Brasil, o uso de silicone industrial é proibido para fins estéticos. O material se espalha com facilidade pelo organismo, o que o torna impossível de ser removido completamente.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a finalidade do silicone industrial é para a limpeza de carros e peças de avião, impermeabilização de azulejos, vedação de vidros, entre outros.

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.