Anestesista preso por estupro pode ter feito mais de 40 vítimas no Rio

Uma apuração feita pela Band revela que Giovanni também tinha título de especialista em ginecologia e obstetrícia e trabalhou em pelo menos 12 hospitais do Rio de Janeiro

Por Fernando David

O número de vítimas do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, filmado enquanto estuprava uma paciente sedada, pode ser maior que 40, segundo informações da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Uma apuração feita pela Band revela que Giovanni também tinha título de especialista em ginecologia e obstetrícia e trabalhou em pelo menos 12 hospitais do Rio de Janeiro.

Em um novo inquérito, a polícia apura se outras 44 mulheres podem ter sido vítimas de Giovanni. Investigadores querem saber se, nesses casos, ele também usou medicamentos em excesso ou desnecessários.

Nesta sexta-feira (15), a Promotoria de Justiça Criminal de São João de Meriti denunciou o médico à Justiça pelo crime de estupro de vulnerável. O Ministério Público do Rio de Janeiro pediu sigilo ao processo e a fixação de indenização de 10 salário mínimas em favor da vítima.

Entenda

O anestesista Giovanni Quintella foi denunciado à Justiça pela Promotoria de Justiça Criminal de São João de Meriti, nesta sexta-feira (15), pelo crime de estupro de vulnerável. Preso desde a madrugada da última segunda-feira (11), o médico é acusado de abusar de uma grávida durante o parto dela no Hospital Estadual da Mulher, na mesma região. Pelo menos 44 possíveis vítimas de Giovanni já foram mapeadas pela investigação.

Ao todo, 22 pessoas foram ouvidas pela polícia, incluindo possíveis vítimas, familiares e profissionais de saúde. A mulher que aparece no vídeo gravado pela equipe de enfermagem no último domingo (10) ainda deve prestar depoimento.

Medicamentos incomuns eram usados

Em depoimento, uma das técnicas de enfermagem do hospital relatou que dentre os medicamentos usados por Giovanni estavam Propofol e Ketamina, incomuns para cesáreas, segundo especialistas.

"Esses sedativos são usados quando você precisa complementar a anestesia, por exemplo, quando você tem uma falha de bloqueio no final da cesariana. A ideia é que essa sedação seja o mais leve possível, você aprofunda de acordo com a necessidade, sempre considerando que deve-se usar a menor quantidade de medicação possível, pelo menor tempo possível. O ideal é que a mãe se sinta sedada o mínimo possível para que ela possa cuidar do bebê nas próximas horas", explicou o vice-presidente da Sociedade de Ginecologia e Obstetricia do Rio de Janeiro, Renato Sá.

O registro profissional de Giovanni foi suspenso provisoriamente pelo Conselho de Medicina do Rio. O médico está preso preventivamente desde terça-feira (12), no presídio de Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio.

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