A empresária Anne Cipriano Frigo, acusada de mandar matar o marido, Vitor Lucio Jacinto, deixou a penitenciária de Santana, na zona norte de São Paulo (SP), na manhã desta terça-feira (10). Ela poderá aguardar o julgamento do caso em liberdade, sem tornozeleira eletrônica. As informações são do Brasil Urgente.
A milionária deixou a cela por volta das 10h acompanhada de seus advogados. A defesa alegou que a acusada é ré primária e possui residência fixa. O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou; assim, ela responderá por homicídio qualificado em liberdade, pelo menos até a data do julgamento, que não tem previsão.
Na decisão que revogou a prisão, o juiz da 3ª Vara do Júri, o mesmo que havia decretado a preventiva, não determinou uso de tornozeleira. Segundo o despacho, ela “não poderá deixar o país e deve se apresentar à Justiça sempre que necessário”.
Anne Frigo nega participação na morte do companheiro.
O corretor Carlos Alex Ribeiro de Souza, acusado de ter sido contratado para cometer o assassinato, continua atrás das grades.
Caso Anne Frigo
Carlos confessou ter assassinado Vitor Lucio Jacinto, de 42 anos, no dia 16 de junho. O corpo da vítima foi encontrado dois dias depois, em uma região próxima à represa de Guarapiranga, na zona sul.
A principal linha de investigação aponta para uma crise de ciúmes de Anne, que teria encomendado o homicídio. O corretor receberia R$ 200 mil pelo crime, o que, segundo ele, não chegou a acontecer.
Os dois investigados foram ouvidos duas vezes cada pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), da Polícia Civil de São Paulo. Anne ficou em silêncio na primeira vez, mas falou na segunda que Carlos teria cometido o crime por paixão por ela.
Carlos, por sua vez, deu depoimentos semelhantes nas duas vezes. Em ambas, relatou em detalhes o acordo com Anne e confessou o homicídio.
Os investigadores descobriram que Anne tinha um plano de fuga para o exterior, mas ela foi presa no dia 29 de junho, antes de embarcar.
A quebra do sigilo telefônico foi essencial para a Polícia Civil entender ainda a relação do casal com Carlos. Vitor tinha amantes e gravava as relações sexuais que tinha com elas – especialmente com garotas de programa. Os vídeos eram mandados para Carlos, que fingia ser amigo dele, pegava o material e encaminhava para Anne.
Como os celulares são de última geração, a polícia ainda tem dificuldades em recuperar mensagens apagadas. Mesmo assim, para os delegados envolvidos na investigação, não há dúvidas de que Anne foi a mandante. A investigação segue sob sigilo.