O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), informou em entrevista ao Bora Brasil que a capital paulista tem 11.670 famílias que moram em áreas de alto risco para alagamentos e deslizamentos de terra. Ele antecipou à Band novas ações para tentar evitar novas tragédias causadas pela chuva na cidade. 

“Nós temos as áreas de risco na cidade de São Paulo, que são classificadas em R1, R2, R3 e R4. A R4 é aquela de maior risco e nessas áreas nós temos 11.670 famílias e a prefeitura já vem fazendo um trabalho. No ano passado nós tiramos 12 áreas de risco ao fazer obras de contenção de encostas, canalização de córregos ou se não der para fazer as obras, remover as famílias”, disse ao Bora Brasil. 

Segundo ele, em breve não haverá mais áreas consideradas de alto risco para a população na cidade de São Paulo e fez um apelo. “Temos um problema de que, às vezes, a gente remove as famílias e na sequência elas voltam para o local, mas precisamos contar com a compreensão das pessoas para que não coloquem a vida em risco”, pontuou Ricardo Nunes. 

Moema

Ricardo Nunes antecipou ao Bora Brasil que a Procuradoria-Geral do Município entrou em contato com condomínios em Moema, na zona sul da capital, que construíram muros e, com isso, represam água da chuva, como foi o caso da senhora de 88 anos que morreu em 8 de março.

“A nossa procuradora-geral do município, Marina Magro, notificou os condomínios e um deles já foi até a Prefeitura e concordou em quebrar o muro, que foi um dos que interromperam a passagem de água para que pudesse fluir e formou aquela piscina de mais de dois metros de altura”, contou à Band. 

Outros pontos da cidade

Em uma das áreas críticas da cidade de São Paulo, o Jardim Pantanal, vai ser levantada uma barreira para evitar as enchentes. “Temos que fazer uma outra obra mais complexa, que eu já conversei com o governador Tarcísio de Freitas, e vamos precisar fazer de forma conjunta”.  

Ricardo Nunes afirmou ainda que atualmente são 186 obras contra alagamentos em todas as regiões da cidade de São Paulo, inclusive na periferia. Ele dá o exemplo de Sapopemba, onde foi feito uma obra de contenção de encosta, mesmo com o volume grande de chuvas as casas não foram prejudicadas, porém no lado onde ainda não foram feitas ocorreu deslizamento. 

Ele reforça que o investimento para prevenção de enchentes e deslizamentos para a cidade de São Paulo neste ano é de R$ 1.5 bilhão, enquanto em 2022 foi de R$ 1.7 bilhão.