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Quem era Fernando Villavicencio, candidato à presidência assassinado no Equador

Fernando Villavicencio foi assassinado com três tiros na cabeça após sair de uma reunião partidária na noite desta quinta-feira (9), em Quito

Da Redação

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O candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio foi assassinado com três tiros na cabeça após sair de uma reunião partidária na noite desta quarta-feira (9), em Quito, capital do país sul-americano. As eleições, marcadas para 20 de agosto, foram mantidas. 

Fernando Alcibiades Villavicencio Valencia nasceu em 11 de outubro de 1963 e era político, ativista e jornalista. Foi membro da Assembleia Nacional do Equador entre 2017 e 2023, quando o atual presidente do país, Guillermo Lasso, dissolveu o parlamento. 

Ele se formou em jornalismo e comunicação pela Universidade Cooperativa da Colômbia. Iniciou sua carreira no El Universo de Guayaquil. Durante sua trajetória no jornalismo, criticou vários governos, como o de Gustavo Noboa, e o acusou de corrupção. 

Após a faculdade, Alcibiades iniciou sua carreira na política. Ele foi um dos fundadores do Partido Pachakutik, em 1995. No ano seguinte, ingressou na Petroecuador, estatal petroleira do país, onde atuou como comunicador e sindicalista até 1999, quando foi demitido pelo governo de Jamil Mahuad. 

Após a demissão, Fernando Villavicencio abriu uma pizzaria com seu irmão, mas continuou com a carreira no jornalismo investigativo, onde ganhou destaque ao ser crítico ao então presidente Rafael Correa. Por conta disso, foi condenado a 18 meses de prisão por difamação e recebeu asilo político no Peru. 

Em setembro de 2017, após retornar ao Equador, Villavicencio foi ao Ministério Público do país e apresentou denúncia por suposto desvio de recursos públicos. Em 2020, anunciou a candidatura à Assembleia Nacional, onde foi eleito, mas deixou o cargo em maio deste ano, quando Lasso dissolveu o parlamento. 

“A partir da investigação jornalística tenho contribuído com informação relevante para denunciar casos de corrupção nas áreas petrolífera, mineira, elétrica, telecomunicações e estruturas criminosas que têm beneficiado de recursos públicos através de vários setores e poderes que compõem o Estado”, diz seu perfil na Assembleia Nacional do Equador. 

O que se sabe sobre a morte do político 

A Procuradoria-Geral do Estado do Equador informou que 6 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no assassinato do candidato a presidente do país Fernando Villavicencio. O suspeito de ter atirado foi morto no local em troca de tiros com a equipe de segurança.

Agora, a procuradoria investiga as motivações e quem foi o mandante do crime. Villavicencio levou três tiros na cabeça enquanto saía de uma reunião do partido na capital Quito, no fim da tarde da última quarta-feira (9). 

Um vídeo mostra o momento em que Fernando Villavicencio sofre o atentado. Nas imagens, é possível ver o candidato à presidência saindo do local onde estava ocorrendo um encontro político, sendo acompanhado por agentes de segurança que o conduzem a um carro. Em seguida são ouvidos vários disparos de arma de fogo e todos tentam se proteger.

Estado de Emergência

O presidente do Equador, o conservador Guillermo Lasso, decretou na noite dessa quarta-feira (9) estado de emergência no país durante 60 dias, após o assassinato de Villavicencio. Foram ainda decretados três dias de luto nacional.

“Indignado e consternado pelo assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e condolências à sua esposa e suas filhas. Por sua memória e sua luta, asseguro-lhes que este crime não ficará impune”, afirmou o presidente do Equador.

Crise no Equador

O atentado é o estopim de uma crise política que perdura no Equador há anos. Em maio, o atual presidente Guillermo Lasso dissolveu a assembleia nacional convocando novas eleições.

O ato, conhecido como 'morte cruzada', é previsto na constituição do país, e permite que o presidente governe por seis meses por decreto até a convocação de novas eleições.

Lasso sofria um processo de impeachment e tinha baixa popularidade. Ele está no poder desde 2021 e é acusado de peculato na gestão da estatal de navegação do Equador.

As eleições deveriam acontecer somente em 2025, quando terminaria o mandato, mas foram antecipadas para o próximo 20 de agosto. 

O candidato assassinado, Fernando Villavicencio, do partido de centro 'Movimiento Construye', figurava nas pesquisas de intenção de voto em segundo lugar, atrás de Luísa Gonzalez, do 'Movimiento Revolución Ciudadana' - partido de esquerda do ex-presidente Rafael Corrêa, que governou o Equador entre 2007 e 2017.

Itamaraty lamenta 

O governo brasileiro se manifestou em relação ao atentado. Em nota, o Itamaraty declarou profunda consternação com o assassinato de Fernando Villavicêncio, em Quito. O governo brasileiro espera que todos os responsáveis sejam identificados e levados à justiça e prestou condolências à família do candidato.

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