Na manhã desta quinta-feira (26), a Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público do Rio de Janeiro, deflagrou a operação Fim do Mundo, com o objetivo de combater a lavagem de dinheiro originário do tráfico de drogas e armas do estado.
Na ação, cerca de 100 policiais federais cumprem 18 mandados de prisão preventiva e 31 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, contra três grupos criminosos que, juntos, movimentaram mais de R$ 100 milhões nos últimos três anos.
Até o momento da publicação desta reportagem, a Polícia Federal já confirmou a prisão de 11 pessoas, sendo quatro no Rio de Janeiro, cinco em Santa Catarina e outras duas em São Paulo; um deles foi preso em flagrante por uso de documento falso.
A investigação teve início em maio de 2020, com o objetivo de combater o tráfico de drogas e a lavagem de capitais de uma organização criminosa com atuação em uma comunidade do Rio de Janeiro. No decorrer das investigações, foram identificados três grupos da mesma facção criminosa, que buscavam dar aparência lícita a dinheiro obtido por meio de atividades ilegais.
O primeiro deles – liderado por dois irmãos, responsáveis pela inserção de drogas e armas nas comunidades do Rio de Janeiro – utilizava o lucro da atividade criminosa para adquirir imóveis de alto padrão, no município de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, em nome de terceiros, com auxílio de um casal de corretores catarinenses. Entre os denunciados, estão a mãe, as esposas e as irmãs dos líderes da organização criminosa, que tinham uma vida de luxo na cidade e movimentavam valores exorbitantes em suas contas bancárias.
O segundo grupo, responsável pela inserção de drogas no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, em Minas Gerais, utilizava-se dos valores obtidos com o tráfico de drogas para adquirir automóveis de luxo e imóveis em condomínios de alto poder aquisitivo. Durante a investigação, foram identificados imóveis em Angra dos Reis, Mangaratiba e Recreio dos Bandeirantes, todos sequestrados por meio de ordem judicial.
O terceiro grupo criminoso, também atuante no tráfico de entorpecentes, valia-se de empresas inexistentes ou existentes, mas com baixa atividade lucrativa, para ocultar a origem do dinheiro obtido.
Os investigados responderão pelo crime de lavagem de dinheiro e de organização criminosa, cujas penas somadas podem chegar a 24 anos de prisão.