Advogado explica possíveis condenações para acusado de matar torcedora

Caso não se confirme o caso como homicídio, o crime pode ser enquadrado como lesão corporal seguida de morte

Por Tiago Prudente

O torcedor do Flamengo Jonathan Messias Santos da Silva, preso na semana passada suspeito de ter atirado a garrafa que causou a morte da torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli Marchiano, será denunciado pelo MPSP por homicídio doloso duplamente qualificado. 

No entendimento do MPSP, mesmo que Jonathan não quisesse matar Gabriela, ele assumiu o risco de provocar esse resultado. Alguns juristas discordam do MPSP e afirmam que, do ponto de vista técnico, o crime deve ser caracterizado como lesão corporal seguida de morte. Afinal, as provas apresentadas até o momento indicam que a intenção do agressor era lesionar alguém e a morte da torcedora foi uma consequência. 

Caso o crime seja enquadrado como lesão corporal seguida de morte, terá uma tipificação mais branda.

Uso da tecnologia para identificar suspeito

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (25), da delegada Ivalda Aleixo deu detalhes da operação que resultou na prisão de Jonathan Messias Santos da Silva, suspeito de ter envolvimento na morte da torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli, no último dia 9, nas imediações do Allianz Parque. Segundo a delegada, Jonathan foi preso com a ajuda da tecnologia

“A polícia conseguiu identificá-lo ao analisar diversas imagens da confusão, inclusive da entrada dele no Allianz Parque. Por meio de um software, a perícia confirmou a trajetória da garrafa, que foi pega no chão, lançada e estilhaçada em um dos tapumes que separava as torcidas. Um desses estilhaços provocou um corte de 3 centímetros no pescoço de Gabriela Aneli”.

A delegada disse ainda que para confirmar que foi a mesma garrafa, a polícia isolou o ruído do estilhaço neste processo.

Relembre o caso

A torcedora Gabriela Anelli, de 23 anos, morreu após ser atingida por estilhaços de vidro no pescoço durante confusão entre torcedores do Palmeiras e do Flamengo nos arredores do Allianz Parque, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro. Gabriela estava internada na Santa Casa de São Paulo. 

Leonardo Felipe Xavier Santiago, que foi o primeiro preso acusado de arremessar uma garrafa de vidro na palmeirense, foi solto após a Justiça lhe conceder liberdade. A defesa do flamenguista afirmou que não há “provas nem imagens que comprovem que o Leonardo arremessou a garrafa que matou a Gabriela”.

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