Bolsonaro não cita derrota, repudia protestos e autoriza transição

Presidente derrotado nas urnas fez discurso de pouco mais de dois minutos e apelo para manifestantes que bloquearam estradas

Da redação

Jair Bolsonaro, presidente da República e candidato à reeleição derrotado nas urnas no segundo turno, se pronunciou pela primeira vez após o resultado nesta terça-feira (1). O presidente não reconheceu a derrota contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas fez um apelo aos bolsonaristas que fizeram bloqueios em estradas pelo Brasil e autorizou a transição de governo, em discurso de pouco mais de dois minutos. 

No discurso, ele agradeceu aos votos e disse que os movimentos bolsonaristas são fruto de indignação com o processo eleitoral. “Quero começar a agradecer os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral", explicou. 

Bolsonaro também citou que as manifestações não podem ser “como as da esquerda”. “As manifestações, pacíficas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população. Como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir. A direita surgiu de verdade no país, a nossa robusta representação no congresso mostra nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade”, pontuou. 

O presidente, derrotado por Lula, citou que seguirá governando dentro das “quatro linhas da Constituição”. “Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca, somos pela ordem e pelo progresso, mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e consequências de uma guerra, sempre fui rotulado como antidemocrático, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da constituição”, afirmou e fez críticas à esquerda. 

“Nunca falei em controlar ou censurar a mídia. Enquanto presidente da República, continuarei cumprindo os mandamentos da constituição. É uma honra ser líder dos milhões de brasileiros que defendem a liberdade religiosa, de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”, completou. 

Ciro Nogueira fala da transição

Ao sair do púlpito, Ciro Nogueira, Ministro chefe da Casa Civil, discursou brevemente e citou que Jair Bolsonaro o autorizou a fazer a transição para o governo Lula. Na fala, de apenas 36 segundos, ele falou que a transição começará quando o governo for convocado pela chapa de Lula. “A presidente do PT [Gleisi Hoffmann], segundo ela em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira (3) será formalizado o nome do vice Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei no nosso país”, disse. 

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